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A contratação de refugiados pelo Grupo Pão de Açúcar

Desde janeiro, a companhia empregou 400 pessoas refugiadas. Confira como foi a implementação dessa política, que trouxe mais empatia e diversidade à empresa.

Por Sofia Kercher
Atualizado em 22 ago 2025, 17h26 - Publicado em 21 ago 2025, 15h35
Britney Gonzalez, uma mulher, de cabelos castanhos avermelhados sorrindo. Ao fundo, é possível ver geladeiras de supermercado.
 (Celso Doni/Reprodução)
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Em 2023, o governo brasileiro reconheceu 77,1 mil pessoas como refugiadas. O Maracanã de imigrantes se somou às 66 mil pessoas que já estavam nessa situação por aqui – totalizando 143 mil no país.

Nessa massa, encontra-se a gentil Britney Gonzalez (23). De origem venezuelana – mais de 80% dos pedidos de refúgio vêm de lá –, ela chegou ao Brasil em 2017, aos 15 anos, com a mãe, o irmão e o padrasto. Britney começou trabalhando por aqui com limpeza e como atendente em uma loja de salgados. Após o nascimento de seu filho, hoje com 2 anos de idade, migrou para a venda de doces caseiros. Nenhuma dessas experiências profissionais rendeu à venezuelana uma carteira assinada.

A condição precarizada de trabalho durou até dois meses atrás, quando foi contratada para ser atendente de perecíveis em uma das unidades do Grupo Pão de Açúcar (GPA). Britney faz parte de uma iniciativa implementada em janeiro deste ano, que já rendeu a contratação pela empresa de 400 pessoas refugiadas – o correspondente a pouco mais de 1% de seu quadro de funcionários, hoje formado por 39 mil pessoas. “Como mãe, essa oportunidade mudou a minha vida”, diz Britney Gonzalez à Você RH.

Erika Petri, diretora-executiva de RH, Sustentabilidade e Comunicação do GPA, conta que a implementação da política começou com a participação no Fórum de Empresas com Refugiados, uma iniciativa da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR). Nascido em 2021, o projeto contempla mais de 140 empresas e organizações empresariais.

Por meio dessa rede, o GPA entrou em contato com ONGs como a Caritas, Cerzindo, Incec e Missão Paz; e também com o Centro de Apoio ao Trabalho (CAT), órgão de empregabilidade da Prefeitura de São Paulo. Essas instituições sociais auxiliam pessoas refugiadas na documentação necessária para se qualificarem para o mercado de trabalho brasileiro, na criação de um perfil profissional e ainda na avaliação da fluência no português.

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Pela natureza do ofício, o varejo brasileiro exerce um papel crucial na integração de refugiados no mercado de trabalho. Até porque o setor permite que uma pessoa alavanque sua carreira de modo significativo sem, necessariamente, precisar de qualificações exteriores. “A língua também deixa o setor atrativo, porque muitas oportunidades não envolvem o uso regular do idioma, apenas o básico”, esclarece Gustavo Porto, agente de integração e empregabilidade da Caritas Arquidiocesana de São Paulo.

Treinamentos para contratar e acolher

No caso do GPA, as ONGs também desempenharam papel crucial na frente corporativa. Erika explica que, por meio delas, o time de recrutamento e seleção da companhia passou por um treinamento de boas práticas de contratação de pessoas refugiadas. “Abrimos uma aba no nosso site voltado exclusivamente à candidatura de indivíduos nessa situação. Ali, a avaliação não leva em conta experiências prévias, e sim perfil comportamental e domínio da língua”, exemplifica a executiva. Esse modus operandi também passou a ser válido na hora das entrevistas de emprego.

Erika Petri defende que, mais do que a contratação, a companhia tem de ir além. Justamente por isso, os líderes e gestores de lojas e centros de distribuição também passam por um treinamento específico quando recebem funcionários nessa condição. O refugiado, por sua vez, precisa obrigatoriamente fazer um acompanhamento com a equipe de assistência social do GPA, para que a organização entenda se ele foi acolhido, além de acompanhar a estrutura familiar de cada um – muitas vezes complicada pela natureza da migração. A ideia não é apenas contratar, mas receber bem o funcionário e integrá-lo à cultura da empresa – consequentemente, à cultura brasileira.

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Segundo a executiva, o plano é ampliar cada vez mais o número de funcionários refugiados no quadro do GPA, além de começar a qualificá-los para o mercado de trabalho de forma mais robusta, por meio da Universidade do Varejo. Trata-se de uma plataforma de educação corporativa exclusiva para colaboradores, composta de “escolas” temáticas, como liderança, e‐commerce, vendas, logística e administração. “Queremos dar uma profissão para essas pessoas, para que elas façam carreira aqui ou em qualquer outro lugar.”

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