Dia do Idoso: número de profissionais 60+ cresce 69% no mercado de trabalho
O convívio entre gerações no escritório traz desafios, mas também oportunidades: quando há integração, todos ganham, inclusive a empresa.

Celebrado em 1º de outubro, o Dia Internacional do Idoso foi criado pela ONU para conscientizar populações sobre os direitos e a importância das pessoas com mais de 60 anos em diversas áreas. No mercado de trabalho, por exemplo, muitas ainda enfrentam dificuldades de adaptação ou preconceitos como o etarismo – mesmo ocupando cada vez mais espaço nas organizações. De acordo com um estudo da FGV-IBRE, o número de idosos ativos subiu 69% em 12 anos, chegando a 8,6 milhões de trabalhadores.
No mesmo período, entre 2012 e 2014, a população brasileira 60+ cresceu 55%, ultrapassando 35 milhões de pessoas. Segundo o consultor empresarial Roberto Vilela, a presença cada vez maior dessa geração no ambiente corporativo é uma realidade que desafia e, ao mesmo tempo, enriquece. “As empresas precisam olhar para essa diversidade de idades como um fator estratégico”, afirma o executivo, indicando às lideranças e equipes se adaptarem. “Profissionais mais maduros trazem experiência e visão ampla, enquanto os mais jovens chegam com energia e familiaridade com novas tecnologias”.
Como lidar com as barreiras
Roberto ressalta que a integração entre as gerações é o melhor caminho, onde todos ganham, inclusive a empresa. No entanto, ele lembra também que nem sempre a convivência é simples, já que diferenças de linguagem, expectativas e formas de lidar com o trabalho podem gerar conflitos profissionais. “Cabe aos líderes criar pontes, estimular a troca de conhecimentos e valorizar o que cada geração tem de melhor”, afirma. Empresas que conseguem equilibrar isso, segundo o consultor, tendem a ser mais inovadoras e sustentáveis no longo prazo.
Para as lideranças, a recomendação é investir em programas de treinamento que estimulem a colaboração intergeracional e a inclusão, além de rever práticas de gestão que valorizem tanto a experiência quanto a inovação. Já para os cargos de alto escalão, ele diz que a presença da geração 60+ é uma oportunidade para as organizações repensarem modelos de carreira, criando espaços para diferentes trajetórias e formas de contribuição.
“Num país que envelhece rapidamente, a tendência é que o convívio de múltiplas gerações no mesmo ambiente de trabalho deixe de ser exceção para se tornar regra”, finaliza.