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Saúde mental: 63% dos líderes diagnosticados não compartilham a condição com superiores

Além disso, 56% afirmam que a empresa incentiva o acolhimento de questões emocionais, mas 55% não se sentem valorizados ao falar sobre o tema.

Por Izabel Duva Rapoport
30 set 2025, 14h48
Recorte de papel da silhueta de uma pessoa de perfil. No topo da cabeça, há um pequeno arranjo de flores.
 (Freepik/Reprodução)
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Pedir ajuda no escritório por alguma questão emocional ainda é um desafio para profissionais que ocupam cargos de liderança. Segundo a 7ª edição da pesquisa Inteligência Emocional & Saúde Mental no Ambiente de Trabalho, realizada pela Robert Half em parceria com a The School of Life Brasil, a pressão por manter uma imagem de segurança constante faz com que o líder enfrente, muitas vezes, suas dificuldades em silêncio.

Embora 86% dos 774 entrevistados afirmam reconhecer a importância da saúde mental para o desempenho corporativo, a cultura do silêncio segue ativa na posição. Nos últimos 12 meses, 27% receberam diagnóstico de estresse, ansiedade ou burnout, contra 22% em 2024. E entre os diagnosticados, 63% não compartilharam a situação com seus superiores – um índice maior que o dos liderados (41%).

“Conforme as pessoas sobem na hierarquia, vão ficando mais solitárias e, muitas vezes, não podem compartilhar suas vulnerabilidades ou dificuldades com a equipe, além de nem sempre encontrarem espaço de apoio na direção”, relata a mentora e consultora de RH, Bia Tartuce, que também é psicóloga. “Muitos [líderes] têm receio de colocar para um par ou chefia que não estão bem, ou de mostrar fragilidade devido ao cargo que ocupam”.

Para a especialista, o peso da liderança marcado por isolamento, metas agressivas e cobranças permanentes por resultados colaboram para este quadro. “A ‘solidão no topo’ gera sobrecarga emocional. Líderes carregam a responsabilidade não apenas pelo próprio desempenho, mas também pelo da equipe”. Bia destaca ainda o estresse causado por uma jornada invisível de trabalho. “[As atividades] não terminam quando o expediente acaba: ele leva preocupações para casa, revisa relatórios à noite, pensa em estratégias no fim de semana”.

Cuidado emocional só no papel

Com a atualização da NR-1, que entrará em vigor em maio de 2026, companhias começaram a se movimentar. Porém, de acordo com Bia, as mudanças são ações pontuais. “Muito mais por adequação à legislação do que propriamente à cultura organizacional”. Os números mostram isso: 56% da liderança dizem que a empresa incentiva o acolhimento de questões emocionais, mas 55% afirmam não se sentir valorizados ao falar sobre o tema. “O ideal é que a saúde mental seja tratada de forma ostensiva e consistente”.

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Outro dado crítico é o uso de medicamentos: entre líderes e liderados, cujo índice, respectivamente, saltou de 18% em 2024 para 52% em 2025, e de 21% para 59%. Na opinião da mentora, um ambiente de trabalho emocionalmente saudável é aquele em que todos os colaboradores sejam realmente acolhidos com legitimidade. ”É preciso estabelecer um lugar seguro para que as pessoas se sintam à vontade para abordar este tema sem medo da demissão”.

Inclusive quem está no topo. “O líder precisa gerenciar situações difíceis como feedbacks delicados, crises de desempenho e afastamentos”, lembra Bia. “Esta exposição frequente resulta em desgaste emocional – um impacto ainda maior do que quem lida com tarefas operacionais”.

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