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Alguém ainda quer ser chefe?

A crise de identidade pela qual passa a liderança foi tema do evento realizado por VOCÊ RH em Brasília

Por Luciana Lima
Atualizado em 5 dez 2020, 19h13 - Publicado em 5 set 2017, 06h00

Como preparar os líderes do futuro considerando os desafios presentes? Com essa questão começou a discussão do Café com VOCÊ RH em Brasília, realizado em 13 de junho.

O tema não poderia ser mais propício: menos de um mês antes, a capital federal havia sido literalmente incendiada por manifestantes após a delação do empresário Joesley Batista, dono da gigante de carnes JBS, contra o presidente da República, Michel Temer, o principal mandatário do país.

A crise de representatividade havia atingido seu ápice, não apenas no governo mas em todas as camadas da sociedade, inclusive nas companhias. “Quem é a pessoa que te inspira hoje em dia?”, pergunta a editora-chefe de VOCÊ RH, Tatiana Sendin. A resposta foi nula.

Com a figura do líder em xeque, mudaram as características e o papel dos gestores, mas também o que cada um espera de quem está no comando. “Nós estamos vivendo uma transição da ética do dever para a ética do prazer. Antigamente, os líderes estavam inseridos na lógica do comando e do controle. Hoje, esse profissional deve persuadir as pessoas a segui-lo.­ Ele tem de ser um exemplo principalmente de ética”, disse Renata Subires Garcia Fernandes, gestora de pessoas e desempenho do banco Bradesco.

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O Café com RH, promovido por VOCÊ RH h�� mais de uma década, estreou na cidade do Planalto Central em 2016 e retornou para mais uma bem-sucedida mesa de conversa com 70 executivos, a maioria de gestão de pessoas.

Além de Renata, participaram do debate Marco Tulio Zanini, professor na Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas (Ebape) da Fundação Getulio Vargas e consultor da Symbállein; e Glória Guimarães, diretora-presidente do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro).

Com metade dos presentes de organizações do setor público, a discussão enveredou para uma questão pungente: se os concursos avaliam apenas características técnicas, como transformar esses especialistas em bons gestores de pessoas? “Por muito tempo se falou na carreira em Y, porém, isso não é tão simples. Acredito que, aliado com um plano de carreira bem estruturado, é preciso um grande investimento em treinamento para formar esses potenciais líderes e identificar quem tem mais habilidades para a área técnica ou para a gestão”, afirmou Glória, do Serpro.

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Uma das dificuldades é identificar quem realmente é um bom gestor de pessoas e quem é muito bom de marketing pessoal. E, de acordo com o professor Zanini, o Brasil está passando por uma mudança que vai impossibilitar cada vez mais a permanência de perfis que tenham apenas a segunda característica. “Nós aprendemos a apreciar um aspecto de direção que muitas vezes não é aquele que descrevemos. Viemos de uma lógica que não era permitido trabalhar a autonomia, mas isso vem mudando. Vamos começar a questionar essa liderança que apenas joga as tarefas para a plateia.”

Além dos desafios do agora, a discussão apontou questões do futuro. Entre elas o fato de que cada vez menos jovens desejam assumir a posição de chefia — algo que se intensifica nas instituições públicas, uma vez que o alto nível de burocratização repele ainda mais os chamados millenials.

Na tentativa de reverter esse quadro, o Serpro reduziu o expediente para 6 horas e foi a primeira empresa do governo a permitir o uso de bermudas. “Você observa que reter esses talentos é um problema, principalmente porque você tem pouca flexibilidade tanto de remunerar quanto de gerir de forma diferente. Nós estamos tentando adotar uma estratégia que vai contra essa rigidez”, disse Glória.

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Por fim, o professor Zanini deixou um alerta para os executivos de RH. “Metade de minha turma quer ser empreendedora. Significa que está nascendo uma escola de empreendedorismo no Brasil. Por outro lado, o desafio será convencer as pessoas que as organizações também são boas.” As formas de fazer isso rendem mais uma boa discussão.

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