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Estruturas colaborativas: a chave para modernizar seu ambiente de trabalho

A gestão continua cimentada dentro da burocracia. É preciso ressignificar seu papel, mudando seu foco, para despertar no time a capacidade de alcançar os melhores resultados.

Por Victor Hugo Germano*
Atualizado em 5 dez 2020, 19h14 - Publicado em 20 fev 2017, 09h00

Estratégia estabelecida pelo topo; empregados competindo por promoções; salários definidos a partir do cargo; tarefas determinadas por um gerente responsável por avaliar a performance; regras seguidas com critério. A maioria de nós cresceu ao redor de organizações que se encaixam num modelo padrão. Essa é a receita para a burocracia – sistema em que toda grande organização do planeta opera, vinda da mistura das estruturas de comando do exército e engenharia industrial.

Quando criada, a burocracia nos permitiu definir e consolidar bases de poder, além de especializar papéis e padronizar tarefas, fazendo com que organizações alcançassem níveis impressionantes de controle e eficiência. Sem ela, muito provavelmente não teríamos visto revoluções industriais. Mas, como todas as tecnologias, é um produto de seu tempo. A gerência, por sua vez, surgiu ainda antes, na antiguidade, como uma profissão diretamente ligada à escravidão. Um exemplo consta no Livro 1 de Aristóteles, em que ele descreve a necessidade de homens serem gerentes não apenas para controlar escravos, mas também mulheres, crianças, serventes e animais domésticos. 

Nos últimos 150 anos o mundo se transformou, mas ainda assim a gestão continua cimentada dentro da burocracia. É preciso ressignificar seu papel, mudando seu foco, para despertar no time a capacidade de alcançar os melhores resultados. Enquanto o lado produtivo da indústria foi revolucionado pela tecnologia e pelos novos modelos, nossos escritórios ainda operam com as mesmas práticas de séculos atrás. A subserviência cega nos tirou toda a criatividade, nos desmotivou a seguir nossos sonhos e destruiu nossa possibilidade de diversão no emprego. 

Scott Adams, criador da tirinha Dilbert, construiu sua carreira ao apresentar ao mundo as idiossincrasias da vida no escritório. Entre piadas sobre avaliação de desempenho, treinamento e planejamento, o personagem principal fala para todas as gerações que ainda nos dias de hoje enfrentamos situações engraçadas e trágicas. Sua popularidade é um triste indício de nossa falha em tentar modernizar o trabalho. Como então se preparar para este mundo onde regras de ouro da Administração Moderna simplesmente não se aplicam mais? 

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O Gallup Institute, buscando entender quão engajados estão os profissionais no mundo, descobriu que 70% da força de trabalho está desmotivada. Desta, 30% está conscientemente trabalhando menos do que poderia. Contudo, vivemos num momento importante da gestão de times e empresas: a sempre crescente demanda por produtividade e eficiência encontra a necessidade de envolvimento no processo decisório pelos próprios funcionários (cada vez mais capacitados). E essa é a nossa oportunidade de virar o jogo. Afinal, estamos na era da colaboração e ela veio para ficar. 

Concluo esta reflexão com um convite: que tal inventar formas de convivência baseadas em estruturas que não sejam incessantemente competitivas e destrutivas? Outra alternativa seria a criação de organizações moldadas por um contexto de valores, éticas e princípios de redes de associação, operadas através de equipes auto gerenciáveis e guiadas por líderes agregadores em todas as partes. Hoje já há empresas que atendem a esses princípios. Você pode se inspirar em casos como os do Facebook, Google e Toyota. São exemplos de que o segredo dos times de alta performance está em permitir que todos os participantes usem suas capacidades para decidir como melhor atender às demandas, não mais atuando como apenas peões num jogo de xadrez.

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*Este artigo é de autoria de Victor Hugo Germano, fundador da Lambda3, e não representa necessariamente a opinião da revista.

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