Três soft skills essenciais para lidar com a IA
O desafio da vez é usar a tecnologia para entregar um trabalho cada vez mais autêntico e bem pensado. Veja quais competências facilitam essa missão.

Acabo de voltar de Amsterdã, onde participei de uma conferência global com a liderança da The School of Life. A inteligência artificial (IA) ganhou destaque entre nossas pautas, e os representantes de diferentes países compartilharam um mesmo pensamento: “não é hora de nos tornarmos mais parecidos com máquinas, mas de nos tornarmos profundamente humanos”.
Todos concordamos que, apesar do destaque nos quesitos “lógica” e “tarefas em escala”, a IA ainda deixa a desejar quando o assunto é “percepção” e “nuances emocionais”. E essa é a nossa grande oportunidade: usar a tecnologia para entregar um trabalho humano cada vez mais autêntico, tomando o cuidado de pautar ações e decisões pela nossa voz, pela nossa capacidade de julgamento e pelo nosso senso crítico.
Nesse cenário de transformação, os profissionais mais bem-sucedidos são aqueles que não abordam a IA com medo ou passividade, mas com uma postura ativa e adaptável. São aqueles que navegam entre as tecnologias sem perder a confiança e a autonomia, que se dispõem a aprender, refletir, aprender de novo e crescer.
Como abordar a inteligência artificial
Trata-se de uma jornada baseada em três pilares: curiosidade, inteligência emocional e leveza criativa.
Com curiosidade nos tornamos mais capazes de explorar, questionar e experimentar. A inteligência emocional, por sua vez, amplia a nossa capacidade de compreender e gerenciar emoções para colaborar de maneira significativa e usar a ferramenta com ética. Já a leveza criativa nos dá confiança para, de maneira calculada, arriscar sem medo de errar.
Essas habilidades são especialmente importantes para profissionais em início de carreira. Afinal, essas pessoas estão ingressando no mercado com o desafio de lidar com as expectativas da empresa, construir autoconfiança e descobrir onde sua voz se encaixa. Tudo isso enquanto as novas tecnologias transformam as regras do jogo no dia a dia corporativo.
Os líderes, por sua vez, precisam dessas habilidades para serem eficientes na missão de ajudar a equipe a desenvolver uma relação consciente, responsável e empoderada com a IA enquanto aprendem sobre as tecnologias, se adaptam às novas formas de trabalhar e liderar, desenvolvem novas capacidades e buscam algum conforto nesse cenário de mudanças.
Um mundo de possibilidades
Ainda que tenhamos muitos desafios, acredito que este é um momento de grande potencial. Porque, abraçando a curiosidade, a inteligência emocional e a leveza criativa, e inspirando outras pessoas a fazerem o mesmo, caminhamos na direção de um futuro do trabalho mais eficiente e significativo.
As mudanças impulsionadas pela IA são rápidas. É preciso acompanhar o ritmo das novidades, enquanto identificamos oportunidades de prosperar com o novo. Afinal, como disse Stephen Hawking, “inteligência é a capacidade de se adaptar à mudança”. E esse é um poder que está dentro de cada um de nós.