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Jackie De Botton

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Diretora criativa da The School of Life

O desafio da comunicação: o que sabemos não é óbvio para os outros

Mal-entendidos podem gerar retrabalho e desentendimentos. Garanta que a mensagem seja compreendida da forma correta.

Por Jackie de Botton, colunista da VOCÊ RH
5 mar 2025, 14h50
Imagem de um homem e um mulher sentados ao redor de um grande balão de pensamento.
 (Klaus Vedfelt/Getty Images)
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A comunicação é algo que parece simples à primeira vista: falamos, ouvimos, escrevemos, lemos. Mas qualquer um que já tenha sentido que suas palavras foram mal interpretadas sabe que se comunicar com clareza e eficácia é uma habilidade complexa – e essencial.

Imagine uma criança pequena em uma sala com um psicólogo. Na sua frente, há um tubo de Smarties – aqueles pequenos chocolates coloridos. O psicólogo pergunta:

“O que você acha que tem aqui dentro?”

A resposta da criança é óbvia: “Smarties!” Afinal, é isso que a embalagem sugere. Mas, quando o tubo é aberto, vem a surpresa: dentro, há apenas botões.

Agora a parte importante. O psicólogo fecha o tubo novamente e pergunta:

“Quando sua mãe voltar e vir esse tubo fechado, o que você acha que ela vai dizer que tem dentro?”

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Crianças muito pequenas, por volta dos 2 anos, costumam responder: “Botões!” Elas assumem que a mãe sabe o que elas sabem.

Mas, por volta dos 3 ou 4 anos, a resposta muda: “Smarties!”

Essa mudança marca um momento crucial no desenvolvimento da criança. Ela percebe que a mãe não tem acesso ao que ela viu – que a mãe tem sua própria mente, com suas próprias crenças e informações. Esse é o começo da teoria da mente, a capacidade de entender que os outros podem ter pensamentos diferentes dos nossos.

Isso não só muda a forma como interagimos com o mundo, mas também abre caminho para habilidades como empatia, comunicação eficaz e até mesmo a primeira infância da mentira – já que, a partir desse momento, a criança entende que pode esconder informações dos outros.

Em termos simples, esse experimento mostra algo que, como adultos, muitas vezes esquecemos: o que sabemos não é óbvio para os outros. E essa é a base da boa comunicação – garantir que aquilo que queremos dizer realmente seja compreendido.

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A fragilidade da comunicação

Por mais que pratiquemos, a comunicação eficaz continua sendo um desafio.

Em ambientes profissionais, mal-entendidos podem gerar retrabalho, desentendimentos e até conflitos. Em relacionamentos pessoais, a falta de clareza pode levar a frustrações, expectativas desalinhadas e afastamento. Em qualquer contexto, comunicar-se bem exige esforço: não basta falar ou escrever, é preciso garantir que a mensagem seja compreendida da forma correta.

Isso significa ouvir atentamente, fazer perguntas, adaptar o tom e a linguagem ao público e, sobretudo, confirmar se a outra pessoa realmente entendeu o que queríamos transmitir.

Comunicação é conexão

A comunicação não é apenas uma troca de informações; é a ponte que nos conecta aos outros.

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Se falamos sem considerar o que a outra pessoa sabe, sente ou percebe, corremos o risco de falar apenas para nós mesmos. Comunicar-se bem não é apenas expressar pensamentos, mas garantir que eles sejam recebidos e compreendidos.

Assim como no jogo da barreira, no qual dois jogadores tentam alinhar suas visões para criar um mesmo desenho, toda conversa, toda reunião, toda troca de e-mails é uma tentativa de alinhar pensamentos e perspectivas.

Quanto mais conscientes formos desse desafio, mais podemos desenvolver a habilidade de ouvir, perguntar, esclarecer e reformular – e, assim, construir relacionamentos mais fortes, equipes mais eficientes e uma compreensão mais profunda entre as pessoas.

Porque, no fim das contas, comunicação não é apenas o que dizemos, mas o que conseguimos fazer o outro compreender.

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