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Como dominar a arte de acreditar em você mesmo

Em novo livro, a psicóloga e influenciadora britânica Julie Smith oferece uma caixa de ferramentas para lidar com diversos momentos difíceis da vida. Confira.

Por Redação
Atualizado em 3 set 2025, 14h11 - Publicado em 3 set 2025, 14h11
Imagem, em fundo amarelo, do livro Para você ler quando...
 (Sextante/Reprodução)
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Nada de consultórios de cor sóbria, cenhos franzidos e divãs desbotados: a sala de atendimento da psicóloga britânica Julie Smith ganha forma por meio de seus excêntricos vídeos no TikTok. Por lá, a especialista destrincha diariamente questões de saúde mental usando velas, aquários, canetas coloridas e outros prompts mirabolantes para chamar a atenção do público.

Uma horda de correligionários busca a especialista pela forma descomplicada com que aborda temas psicológicos (com uma dose saudável de kitsch cibernético – mas essa é a regra, não exceção, de tudo que viraliza internet afora). Não à toa, hoje, Julie fala para uma massa de quase 5 milhões de pessoas – 7 milhões, se somarmos à sua página do Instagram. Para referência: mais pessoas acompanham o trabalho dela do que moram na Bulgária (6,4 mi).

Buscando sanar as ânsias, perturbações e obstáculos apresentados pelo seu público, a influenciadora lançou, no mês passado, o livro Para Você Ler Quando…, publicado pela editora Sextante. Segundo a autora, a obra foi pensada para servir como uma caixa de ferramentas psicológicas, ajudando o leitor a navegar pelos mais diversos imbróglios da vida.

O livro é dividido em três partes: para você ler quando for difícil lidar com outras pessoas; quando for difícil lidar consigo mesmo; e quando for difícil lidar com seus sentimentos – recheadas de capítulos sobre trabalhar sob pressão, síndrome do impostor e relações humanas complicadas. “Para quem está inserido na área de recursos humanos, a obra pode ajudar a entender não somente suas próprias emoções mas também as daqueles que você tem de gerenciar diariamente”, diz Julie Smith à Você RH. Confira um trecho da obra a seguir.

Capítulo 14: Quando você duvidar de si mesmo e quiser se sentir mais confiante

Confiança não é um objetivo a ser alcançado. É apenas o resultado de uma vida dedicada a outras coisas. Você escolhe dominar determinada habilidade – interagir, fazer provas, jogar futebol, falar em público – e se torna um pouquinho mais confiante sempre que se arrisca, sempre que tenta se aprimorar, sempre que tropeça e se levanta de novo. Isso só comprova que, quando escolhemos encarar algo difícil, sem garantias de sucesso, inevitavelmente sobrevivemos e aprendemos com a experiência.

Mesmo que o resultado pareça uma derrota a princípio, não saímos com as mãos abanando. Quando entendemos de verdade que podemos sobreviver aos fracassos, nos tornamos incansáveis; e isso aumenta a confiança na nossa própria resiliência.

Nessa dinâmica, começamos com uma atitude e terminamos com um sentimento. Porém a parte difícil é nos expormos a uma situação de vulnerabilidade, cujos resultados não conseguimos controlar, continuando lá até aprendermos tudo o que temos a aprender.

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Caso se sinta dando um passo maior que a perna, você ficará ansioso e hesitante até ter certeza de que tudo dará certo. Esse medo é inerente ao processo e, quando escolhemos encará-lo dessa maneira, conseguimos tolerar ou até abraçar o medo em vez de encará-lo como insuportável. Por outro lado, quando acreditamos que até mesmo o desconforto temporário da incerteza e da vulnerabilidade é intolerável, seguimos diretamente pelo caminho da evitação, que não é o caminho da autoconfiança.

A única maneira de começarmos a confiar em nós mesmos, ainda que as circunstâncias não sejam ideais, é acumulando provas de que somos capazes.

O requisito principal é estar disposto a ser o novato que comete vários erros enquanto aprende e evolui, fazendo o melhor que pode dentro
das próprias limitações. Com essa mentalidade, aceitamos parte do nervosismo como um sinal de que estamos no caminho certo. Isso não significa que precisamos ter pensamentos positivos o tempo todo. Não temos que rejeitar todas as inseguranças e acreditar em nós mesmos em tempo integral. Na verdade, quando estamos tentando nos aperfeiçoar em algo, ignorar nossas vulnerabilidades é uma ilusão que dura pouco.

Em vez disso, aceite que as dúvidas e as hesitações surgirão do nada enquanto você estiver enfrentando desafios e concentre-se no seu comprometimento com a coragem, o esforço e a determinação. Um dia você olhará para trás e verá quantas situações que antes pareciam assustadoras agora fazem parte da sua zona de conforto. E seu comprometimento com a coragem, o esforço e a determinação será tão intenso que você logo estará em busca do próximo desafio.

Aproveite a jornada.

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Medo do desconhecido

Reconheça que, quando estamos numa situação que não é familiar, é normal sentir pouca confiança e muito estresse. Isso não é um problema. É apenas nosso cérebro identificando corretamente que a situação é desafiadora e imprevisível. O estresse aumenta nossa atenção e nos ajuda a nos concentrar no desafio diante de nós.

Isso não é, de forma alguma, um sinal de que o obstáculo é intransponível. A autoconfiança verdadeira não é uma arrogância exagerada, mas o reconhecimento realista das nossas competências e da nossa coragem. Então, quando somos inexperientes ou estamos despreparados, a insegurança é um reflexo justo da realidade e nos indica para onde devemos direcionar nossos esforços.

Se, portanto, um desafio surgir e você quiser enfrentá-lo com mais confiança, coloque a mão na massa. Faça planos para aprimorar suas habilidades e chegue ao grande dia com mais ferramentas ao seu dispor do que as que você tem hoje. O segredo é ir aumentando a dificuldade aos poucos e a pressão com o tempo.

Expectativas irreais

Fica mais fácil entender a insegurança quando a encaramos com curiosidade. Por exemplo, acabei de mencionar que é normal, saudável e útil ter menos confiança quando seguimos por caminhos desconhecidos. Só que essa insegurança aumentará muito se nossas expectativas forem incompatíveis com a situação.

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Quando nos comparamos com uma pessoa que já está mais adiantada na própria jornada e esperamos ter um desempenho parecido com o dela, a insegurança é um reflexo justo da realidade. Por outro lado, se nossa expectativa for nos esforçarmos um pouquinho mais para ter um desempenho levemente melhor que o de ontem, então a autoconfiança se tornará não só possível como provável.

É nesse ponto que os perfeccionistas costumam pecar. As expectativas são tão irreais e inflexivelmente altas que não resta espaço para a confiança.

Expectativas devem ser realistas quanto ao nosso nível de preparo, proporcionais às nossas habilidades e alcançáveis mesmo quando forem ambiciosas. Para desenvolvermos autoconfiança, precisamos estar preparados e ter expectativas que reflitam a realidade – e o contexto é um aspecto crucial que não deve ser ignorado.

Também há uma enorme diferença entre não ser bom o bastante e não estar pronto ainda. A falta de preparo e de treino jamais deve levar à conclusão de que nunca conseguiremos fazer algo. Só podemos chegar a essa conclusão depois de fazermos todo o possível para alcançar um objetivo.

Então tome cuidado com suas palavras. Evite dizer “nunca”. Na verdade, preste atenção em tudo o que você fala. A linguagem, quando bem usada, é capaz de revelar novas perspectivas e motivar ações. Reflita um pouco sobre as palavras que você tem usado e reconheça como elas moldam sua maneira de reagir aos desafios. Caso você esteja tentando agir com mais autoconfiança, algo que frequentemente significa seguir em frente mesmo sem garantias de sucesso, o foco da sua atenção precisa ser não apenas positivo como produtivo. Precisa ser algo que o ajude a caminhar na direção desejada.

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A receita para a autoconfiança

Há uma receita simples para desenvolvermos confiança, mas ela deve ser aplicada individualmente às diferentes áreas que desejamos melhorar.

Caso você queira se aprimorar nos estudos, em algum esporte, na habilidade de falar em público ou em outra atividade específica, siga
este passo a passo para otimizar seu aprendizado e seu progresso.

1. Faça repetições. Treine e pratique as habilidades necessárias para dominar o assunto em questão. Toda repetição abre caminhos neurais que permitem ao cérebro automatizar boa parte do processo ao longo do tempo. Essa é a parte em que o esforço é alto e o progresso parece ser lento.

2. Teste sua resistência. Apesar de as repetições serem o principal fator para o progresso, não podemos esperar sair da academia diretamente para uma maratona ou fechar a apostila prontos para tirar 10 na prova. Não importa se estamos falando de músculos físicos ou mentais, eles precisam ser testados com a maior regularidade possível. Aos poucos, vá acrescentando dificuldade e pressão a esses testes da maneira que for possível, para simular os desafios que você poderá encontrar na quadra, na pista de corrida ou na sala de prova. Aos poucos, aumente a quantidade de pessoas assistindo ao seu desempenho. Compreenda seu objetivo para fazer escolhas mais conscientes. Quanto mais você desafiar suas habilidades, mais rápido vai progredir e mais seguro vai se sentir quando o grande dia chegar.

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3. Analise cada tentativa. É possível testar suas habilidades continuamente e continuar repetindo os mesmos erros, sem aprender muita coisa. Para aproveitar ao máximo cada desafio, seja ele grande ou pequeno, encare-o como uma experiência de aprendizado. Quais aspectos do seu desempenho você deseja replicar no futuro, e quais habilidades precisam de mais treino? Analise tudo nos mínimos detalhes, entendendo quão valiosas são essas informações. Esse processo de reflexão vai mapear o caminho para futuros avanços.

4. Transforme o aprendizado em ação. Não adianta dizer que você precisa treinar certa habilidade de forma diferente; o cérebro só aprenderá se tiver a oportunidade de testar essa teoria e praticá-la repetidamente. Se você se saiu mal num simulado, identifique as questões que errou e use essa informação a seu favor. Retome os estudos e faça novas repetições, treinando esses pontos fracos até eles se tornarem pontos fortes. Então volte ao primeiro passo e repita o processo.

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Este texto é parte da edição 99 (agosto e setembro) da Você RH. Clique aqui e confira outros conteúdos da revista impressa.

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