Convergência entre tecnologia e capital humano é o maior desafio para 2035
Transformação digital e escassez de talentos vão moldar decisões estratégicas de executivos e investidores na próxima década, diz pesquisa.
Diante das novas dinâmicas de trabalho, pressões socioeconômicas e transformação digital, executivos C-Level e investidores de private equity devem se preparar para uma liderança resiliente e inovadora até 2035. “Neste contexto, garantir uma infraestrutura de TI que atenda às expectativas de desempenho, além de atrair, desenvolver e reter os melhores talentos urgem como desafios”, descreve Mário Custódio, diretor de recrutamento executivo na Robert Half, que acaba de lançar um estudo sobre os principais desafios da alta gestão nos próximos dez anos.
A pesquisa aponta que esses gestores têm pela frente um cenário no qual a velocidade das inovações tecnológicas, a escassez de talentos especializados e a instabilidade geopolítica e macroeconômica vão moldar decisões estratégicas. “Por isso, atrair e reter profissionais altamente qualificados, ao mesmo tempo em que se acelera a transformação digital, será determinante para a competitividade”.
Além da tecnologia, o relatório aponta que mudanças nas expectativas das diferentes gerações em relação a propósito, diversidade e equilíbrio entre vida pessoal e trabalho vão colocar ainda mais pressão sobre as empresas. Para o executivo, a capacidade de alinhar valores organizacionais às demandas sociais emergentes será, portanto, um fator decisivo para manter engajamento, credibilidade e confiança.
10 desafios para 2035, segundo executivos C-level
- Infraestrutura de TI para atender às expectativas de desempenho e concorrentes “nativos digitais” (41%)
- Adoção de tecnologias que exigem novas habilidades (36%)
- Capacidade de atrair, desenvolver e reter os melhores talentos (34%)
- Mudanças no comportamento do consumidor (33%)
- Manter o ritmo da inovação para se manter competitivo (33%)
- Privacidade de dados e cibersegurança (31%)
- Adaptar os negócios às transformações da força de trabalho (30%)
- Gerenciar mudanças climáticas e sustentabilidade (27%)
- Velocidade da disrupção por tecnologias emergentes (25%)
- Gerenciar equipes remotas e em diferentes regiões (23%)
“A principal lição é que a liderança executiva do futuro será resultado de uma combinação das duas dimensões – não apenas digital ou somente humana”, afirma Mário. “O equilíbrio entre inovação tecnológica com visão estratégica e sensibilidade é o aspecto que unirá as companhias que prosperarem até 2035”.
O estudo indica ainda que, para superar esses desafios, as organizações já estão investindo em práticas como planejamento de sucessão, adoção de modelos de negócios ágeis, desenvolvimento de habilidades digitais e fortalecimento da resiliência de liderança. Esses movimentos revelam que o mercado está preparando as equipes para operar em ambientes de maior complexidade e imprevisibilidade.
“As empresas que começam a se preparar hoje terão uma vantagem competitiva significativa na próxima década”, afirma o diretor de recrutamento. “Diante de um cenário de rápidas transformações, ao antecipar tendências, líderes e investidores podem construir times de alta performance e garantir que as estratégias de talento estejam no centro da agenda corporativa”.
10 ações de preparação para os desafios de 2035
- Desenvolver habilidades da força de trabalho para o futuro (47%)
- Estabelecer diretrizes éticas claras para adoção de tecnologia (44%)
- Reforçar a gestão de riscos (43%)
- Construir capacidade e resiliência de liderança (40%)
- Acelerar ciclos de inovação e atualizações tecnológicas (39%)
- Reforçar o planejamento de sucessão (39%)
- Adotar análises avançadas para tomada de decisão (36%)
- Melhorar estruturas de cibersegurança (33%)
- Adotar práticas de negócios ágeis (28%)
- Desenvolver uma estratégia robusta de ESG (24%)
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