Mercado de RH Tech deve crescer 9% ao ano até 2032, segundo pesquisa global
Com a digitalização acelerada pela pandemia e o foco em saúde mental e trabalho remoto, a área passou a ocupar papel cada vez mais central nas companhias.

Com mais de 500 startups ativas e cerca de US$ 1,9 bilhão em investimentos acumulados desde 2000, o Brasil já consolida um ecossistema de soluções voltadas à gestão de pessoas. E a atuação do RH, que acompanha o movimento de avanço tecnológico e de transformações pós-pandemia, vem se tornando cada vez mais central dentro das empresas.
Os números ajudam a dimensionar esse potencial. Segundo levantamento da Fortune Business Insights, o mercado global de tecnologia para RH deve alcançar US$ 81,84 bilhões até 2032, impulsionado por um crescimento médio anual de 9,2%.
Para Bruno Cortez, CEO da Elofy, plataforma de gestão de desempenho e jornada dos colaboradores do ecossistema Zucchetti, o avanço reflete a mudança de percepção sobre a área. Na avaliação dele, o setor deixou de ser visto apenas como função de apoio e passou a exercer um papel estratégico na gestão de desempenho, engajamento e resultados de negócios.
“Até a [chegada da] pandemia, as iniciativas de desenvolvimento eram mais tímidas”, comenta o especialista. “Com o trabalho remoto e o debate sobre saúde mental ganhando força, as empresas passaram a buscar ferramentas e plataformas capazes de oferecer direcionamento, propósito e suporte aos colaboradores”.
Novo ciclo de expansão
Na opinião de Bruno, com a evolução no uso de dados e o crescimento da inteligência artificial, o mercado de RH tech naturalmente vai demandar ferramentas mais sofisticadas, capazes não apenas de organizar processos, mas de gerar valor estratégico. Entre as frentes da expansão, o CEO aponta IA e people analytics como as principais.
“As empresas querem saber se seus colaboradores estão evoluindo, se os planos de desenvolvimento estão funcionando”, afirma. “E quem conseguir oferecer isso com profundidade técnica e visão de negócio terá uma grande oportunidade nas mãos”.
A diversificação da demanda também chama a atenção. De um lado, soluções mais completas atendem empresas em estágio inicial de estruturação; de outro, cresce a procura por tecnologias com maior profundidade técnica. “No começo da jornada, é comum buscar algo que integre tudo em um só lugar, mas à medida que a empresa amadurece, ela precisa de mais inteligência”, explica o executivo. “É nesse ponto que soluções especializadas ganham espaço, principalmente em médias e grandes companhias que já têm dados, processos e times mais estruturados.”
Bruno acrescenta, ainda, acreditar que o futuro do setor estará cada vez mais ligado à capacidade das organizações de utilizar a TI com propósito, indo além da automatização. “Os próximos avanços virão da combinação entre dados, tecnologia e inteligência aplicada”. Fatores que, segundo o CEO da Elofy, serão decisivos para gerar valor real na gestão de pessoas e sustentar vantagem competitiva.