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Atenção plena: 7 princípios da liderança com presença

Abordagem indica práticas simples de autoconhecimento, como paciência, observação e generosidade, para transformar a relação entre gestores e equipes.

Por Izabel Duva Rapoport
31 out 2025, 14h00
Aviões de papel dispostos de forma circular, com um avião em destaque vermelho saindo da cena.
 (Freepik/Reprodução)
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A liderança do futuro não depende apenas de tecnologia, inovação ou performance, mas sobretudo de autoconhecimento. É o que defendem Pedro Ivo Moraes, especialista em cultura organizacional, e Rodrigo Suzuki, que atua com Comunicação Não Violenta (CNV), no novo livro Seja a liderança que poucos têm a coragem de ser (DVS Editora). Segundo eles, o grande desafio do líder contemporâneo é ter coragem de olhar para dentro, reconhecer medos, desconstruir crenças limitantes e desenvolver uma presença consciente que transmita confiança e coerência.

“Para liderar, é necessário transformar a si mesmo e, a partir disso, impactar positivamente liderados, organizações e a sociedade”, destacam os autores, que costuram diferentes áreas do conhecimento, desde a psicanálise até as práticas de mindfulness, para apresentar uma abordagem integral da liderança.

Dessa visão multidisciplinar, ambos acreditam que os profissionais passam a refletir sobre a complexidade da vida humana e a visualizar como trabalhar essas nuances no campo da gestão. “Assim, encontram caminhos para aplicar um modelo de liderança mais autêntico e capaz de unir resultados concretos a relações de confiança e prosperidade compartilhada”.

A seguir, conheça os sete princípios da liderança com presença indicados e descritos pelos especialistas:

1.Mente de principiante

“Tente se lembrar das sensações físicas e emocionais que você emprega quando está aprendendo algo novo e precisa praticar aquilo por algumas vezes em sua vida. Com o passar do tempo, você se torna confiante e passa a executar a tarefa com mais naturalidade e fluidez, talvez até no automático, não é mesmo?”

“O estado da mente de principiante é fundamental na prática da presença. É ali que sua curiosidade, seu foco, sua atenção e concentração estão ativadas em alto nível, pois, como ainda é um mundo desconhecido, você precisa ter atenção para não obter resultados indesejados e, ao mesmo tempo, conseguir atingir suas expectativas. Desconectar-se da mente principiante é deixar a vida te levar independentemente do resultado que isso alcance.”

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2.Observação e não julgamento

“Você já percebeu a linha do tempo de sua vida como um empilhamento de fatos e acontecimentos? Tal percepção só é possível quando praticamos o estado de não julgamento. Geralmente quem tem perfil de julgador ou autojulgador tenta controlar as próprias experiências. Assim, se uma emoção que interpretamos como negativa aparece, queremos nos livrar dela. Neste caso, alguns exemplos são: a dor, o sofrimento ou a tensão. O mesmo acontece com algo que julgamos positivo, pois queremos eternizar aquele momento, e nos esquecemos da nossa realidade.”

“A prática do não julgamento nos ajuda a não nos apegarmos, não nos envolvermos e não julgarmos fatos ou estímulos que recebemos. Se observar seus pensamentos chegando, perceberá que eles trazem mensagens, informações e tarefas, além de inúmeras distrações que tiram você do ‘aqui e agora’. Perceba que de forma bem natural sua mente qualifica essas informações como boas ou ruins. A prática do não julgamento exige atenção e observação. Assim, deixe que esses pensamentos passem e sigam na mesma direção que vieram, sem julgamento.”

“Neste momento sua única tarefa é estar consciente de que é um ser que respira, tem um coração que bate e, também, sentimentos. Trabalhe o não julgar com os pensamentos, apenas observe-os vindo e indo. Isso não quer dizer que, com a prática, você eliminará os julgamentos, apenas que você começará a tomar consciência de quão crítico está habituado a ser. Perceba como se sente após essa experiência.”

3.Aceitação, desapego e não controle

“Imagine que você programou um dia na praia com amigos ou família, e pouco tempo depois de chegar lá, começa a chover. Nesse momento você tem algumas alternativas de como reagir. Com qual delas você se identifica mais? a) Fica com raiva. Começa inconscientemente a descontar em tudo e em todos; b) Fica triste e decepcionado pelo resto do dia, ou até da semana; c) Fica chateado por pouco tempo, mas logo encontra seu equilíbrio interno; d) Imediatamente percebe o fato e decide ‘dançar na chuva’, brincando com o ‘problema’.”

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Entender e aceitar que nada controlamos na vida é fundamental para ter uma presença equilibrada no aqui e agora. Às vezes, envolvidos pelo nosso ego, achamos que controlamos a vida, mas esse controle é ilusório. As leis da natureza, a relação tempo e espaço, os encontros e desencontros, os acontecimentos, tudo isso é regido por uma sabedoria maior, e é impossível controlar.”

“Quando queremos algo, nós nos agarramos a isso. Mesmo que seja uma ideia, muitas vezes nos fixamos nesse modo de pensar e agir. Há inclusive certos pensamentos e situações que, se agradáveis, tentamos prolongar, e se desagradáveis, eliminar. Presença é também a auto-observação nessas situações. Quando se der conta que está apegado a algo, lembre-se de que é possível simplesmente soltar e deixar ir…”

“Ou deixar as coisas serem do modo que são, significa se permitir reconhecer quando estiver preso pelo seu próprio desejo; ou pelo desejo de que as coisas sejam de uma certa forma. Deixar ir pode ser doloroso, mas esse desapego é na verdade a saída para a liberdade. É algo que se pratica de novo e de novo, momento a momento. A partir da aceitação da realidade como ela realmente é, temos condições de tomar decisões mais conscientes, saindo do piloto automático e deixando de repetir padrões de comportamento indesejados.”

4.Paciência

“Paciência é aceitação do tempo universal. Existe o momento da espera, assim como existe o momento da ação. É como uma receita de bolo cujo tempo de forno precisa ser exato. É como a natureza, cujas estações têm seu próprio período e, mesmo em condições aparentemente inadequadas, sabe exatamente a hora certa de florescer, de morrer e renascer. Nossa impaciência humana é sempre filha de uma ânsia por algo antes do tempo.”

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“Cultivar a paciência intencionalmente é uma espécie de reconhecimento de que as coisas se desenvolvem à sua própria maneira, e que, em seu âmago, elas não podem ser apressadas. Sempre que nos apressamos para estar noutro lugar, o subproduto disso é nunca estarmos de fato onde estamos, e perdemos a oportunidade de desfrutar os ‘presentes’ que a vida nos dá.”

5.Não esforço

“Esse é um princípio geralmente difícil para a maioria das pessoas, pois exige o cultivo dos outros princípios para uma profunda compreensão. Saber esforçar-se no momento certo exige saber retirar-se da situação e observá-la, sem apego nenhum: ‘nada para fazer e ninguém para ser’. Ao estar nesse estado de presença é possível perceber que existem ações que pedem para ser realizadas. Elas estão ali, te esperando. Uma ação sem força – sem esforço.”

“Trata-se de uma quebra de paradigmas no trabalho, onde as pessoas acreditam que precisam estar ocupadas o tempo todo. E quanto mais longa for sua lista de tarefas e realizações, melhor é o colaborador. E melhor você se sente consigo mesmo à medida que mais coisas você faz. Criar momentos nos quais podemos praticar a ausência de esforço e o não fazer nada abre espaço para a criatividade e para as novas ideias. Reserve mais tempo para praticar o não fazer e os espaços vazios. E aproveite também os intervalos, como o da reinicialização do computador, por exemplo. É o que chamamos de ócio criativo.”

6.Gratidão

“Em nosso dia a dia muitas vezes nos deixamos envolver pelas situações negativas, por aquilo que não corre como planejamos, e nos esquecemos de olhar e valorizar os bons momentos. Por isso, só podemos sentir a verdadeira gratidão quando estamos conectados ao aqui e agora. Entenda a gratidão como um estado de ser, não um contentamento por algo feito. É algo como ‘estou grato por isso ter acontecido’, ou até mais profundo do que isso: é estar tão presente no momento, que o simples desdobrar da vida faz você entender esse ‘milagre’ e sentir essa gratidão presente.”

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7.Generosidade

“Muitas vezes confundimos generosidade com a oferta de alguma ajuda específica ou o atendimento de algum desejo ou demanda de outra pessoa. Mas não é isso. A real generosidade é estar ali, por alguém. Sem precisar dar uma resposta ou mesmo ajudar. É simplesmente estar presente. Aproveite todas as oportunidades que tiver para dar atenção e oferecer o seu tempo a alguém. Perceba como isso é valioso, cria conexão e um senso de colaboração, e torna o ambiente mais leve e agradável. Pergunte como essa pessoa realmente está. Tente somente escutá-la, estar presente e oferecer-lhe sua presença com qualidade.”

Para quem você vai oferecer sua atenção hoje?

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