Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana
Continua após publicidade

Isolamento no C-level: um perigo para chefes e organizações

Líderes solitários são mais propensos a erros de julgamento, visão em túnel e burnout. Por isso, precisamos desconstruir o mito da liderança infalível.

Por Alexandre Carvalho
5 nov 2024, 15h05
Pássaros dependurados em cabos de eletricidade
 (Eoneren/Getty Images)
Continua após publicidade

Imagine-se como o capitão de um navio em meio a uma tempestade. Todos os olhares se voltam para você, esperando decisões rápidas, certeiras e que podem salvar a embarcação e a vida de todos dentro dela. Não há espaço nem tempo para dúvidas, hesitações ou, Deus me livre, erros. Você é o farol em meio ao caos, o porto seguro em águas turbulentas. Mas quem segura a sua mão quando as ondas ameaçam engolir tudo?

Os líderes empresariais carregam o peso de serem vistos como super-humanos. Capa esvoaçante invisível, “S” estampado no peito corporativo. Essa imagem, embora lisonjeira, cria um abismo entre o líder e sua equipe. Os funcionários, inconscientemente, se distanciam. Afinal, quem ousa oferecer ajuda a um super-herói?

Essa aura de invencibilidade é uma prisão dourada. O líder se vê compelido a manter as aparências, escondendo vulnerabilidades, dúvidas e medos.

Estamos falando de um paradoxo cruel: quanto mais um líder precisa de apoio, menos provável é recebê-lo. A cultura do “chefe que tudo sabe” cria uma barreira invisível, impedindo que ideias valiosas e perspectivas diferente cheguem ao topo. E, assim, decisões que poderiam ser enriquecidas pela sabedoria coletiva acabam sendo fruto de uma visão única – que, por falta de outros olhares, pode chutar bem longe do gol.

Esse isolamento não é apenas um drama pessoal; é um risco para as organizações. Líderes isolados são mais propensos a erros de julgamento, visão em túnel (perda da capacidade de enxergar o que está ao lado) e burnout. A empresa tem um risco muito maior de derrotas quando seu timoneiro está sozinho no leme.

Continua após a publicidade

A solução? Humanizar a liderança. Desconstruir o mito do líder infalível. Criar espaços seguros onde os que estão no topo possam compartilhar incertezas, buscar conselhos e, sim, até admitir erros. É preciso uma mudança de cultura que valorize a vulnerabilidade como força, não fraqueza.

Enquanto a inteligência artificial não me desmentir, líderes são humanos, afinal. E, como todos nós, precisam de conexão, apoio e a liberdade de não ter todas as respostas. Só assim poderemos transformar a solidão no topo em uma sinfonia de liderança compartilhada, onde o peso das decisões é distribuído.

E o sucesso é verdadeiramente de todos.

Continua após a publicidade
Compartilhe essa matéria via:

Este texto é a Carta ao Leitor da edição 94 (outubro/novembro) da Você RH. Clique aqui para conferir outros conteúdos da revista impressa.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Você RH impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 10,99/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.