O que as empresas não devem fazer em um processo seletivo
Não dar feedback aos candidatos e não ser claro no anúncio das vagas estão entre os principais erros do recrutamento
O momento da seleção é delicado para os dois lados: candidatos se preparam (e se empenham) para conquistar a vaga dos sonhos e recrutadores se esforçam para encontrar as pessoas que têm mais potencial para dar certo na empresa. Por ter tantas expectativas, o recrutamento sempre causa ansiedade. E uma das maneiras de tornar o processo mais tranquilo é adotar a um olhar mais humano – e isso já é feito por 63% dos profissionais de RH, segundo uma pesquisa feita pelo InfoJobs. E 93% dos entrevistados também acreditam que podem ser empáticos nesse momento.
Mas como adotar isso na prática? Na entrevista abaixo, Ana Paula Prado, country manager do InfoJobs, traz algumas sugestões – e dar feedback, mesmo negativo, é uma das mais importantes.
Quais são os comportamentos empáticos que os recrutadores devem adotar?
Quando falamos de recrutamento humanizado é importante pensar sempre no bem-estar dos candidatos, ou seja, numa postura amigável, simpática e acolhedora. A ideia é deixar o candidato confortável durante o processo seletivo e compreender suas dificuldades para que ele possa expressar suas habilidades e potencial.
Ser empático é lembrar também de fornecer o feedback. Isso reforça o quanto a empresa se preocupa com cada indivíduo e mostra que compreende que recrutar é lidar com expectativas. Em pesquisa feita pelo InfoJobs, 43,8% dos entrevistados dizem que a falta de feedback é o principal fator negativo durante o recrutamento.
Nessa mesma pesquisa, muitos profissionais apontaram que não gostam de processos muito longos, por isso, o recrutador precisa revisar as etapas do processo seletivo, para que seja apresentado ou proposto ao candidato o que realmente será lido e verificado, de forma estratégica.
O recrutamento humanizado é sobre se colocar no lugar do outro, pensando também em linguagem de gênero ou neutra. É legal que o recrutador pergunte como o candidato deseja ser tratado durante a entrevista.
Quais atitudes normalmente assustam os candidatos?
Uma postura invasiva ou intimidadora por parte do recrutador é um exemplo oposto do que propõe o recrutamento humanizado, assim como fazer perguntas de cunho exclusivamente pessoal. É um mito a prerrogativa de que uma boa entrevista precisa ser intimidadora, muito pelo contrário.
Antes mesmo de conhecer os profissionais, algumas ações devem ser pensadas com foco na experiência dos candidatos. O anúncio da vaga deve ser completo, com todas as informações sobre a posição e a empresa. Quando isso não acontece pode gerar frustração e até dúvidas em um candidato que vai evoluindo dentro de um processo sem as principais informações.
Já na entrevista, o simples fato de não olhar nos olhos, ou não conhecer previamente o candidato por meio do seu currículo também pode deixar o profissional desconfortável. Além disso, dar ênfase a informações como “o quanto a rotina da empresa é exaustiva” ou o “quanto a vaga exige do candidato”, pode soar como intimidação e até uma descrença da capacidade do profissional.
Quais são as vantagens de um recrutamento com empatia para as empresas?
Um recrutamento com empatia tende a pensar e refletir na jornada daquele candidato, a transparência do processo tem impacto positivo, pois isso atrai candidatos que já estão dentro do perfil da empresa, o que diminui a evasão do processo. Além disso, esse estilo de recrutamento mostra um lado mais humano da empresa e o quanto ela se preocupa com as pessoas. Sem dúvida isso reflete na marca empregadora.
Um candidato que é bem tratado durante o processo seletivo alimenta o desejo de ingressar na companhia, e mesmo não aprovado pode vir a se candidatar para outros processos na mesma empresa.