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Organização em rede: o modelo de gestão ideal para tempos de incerteza

Conheça a abordagem baseada em 5 Rs – rede, regras, restrições, reputação e reciprocidade –, que permite às empresas se adaptar de maneira ágil.

Por Marcia Esteves Agostinho, em colaboração especial para a Você RH*
18 jul 2025, 18h17
Imagem de Seta de artesanato de papel multicamadas no alvo do alvo na vista frontal do fundo vermelho.
 (MirageC/Getty Images)
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Em um mundo volátil e de complexidade crescente, modelos tradicionais de coordenação, como hierarquia e burocracia, estão mostrando sinais de esgotamento.

Embora sejam úteis para padronizar comportamentos e controlar grandes grupos, esses arranjos limitam o julgamento individual, prejudicando duas capacidades indispensáveis: a flexibilidade e o aprendizado.

Nesse cenário, a organização em rede surge como uma alternativa mais adequada. Segundo essa abordagem, a gestão deve se basear em 5 Rs: rede, regras, restrições, reputação e reciprocidade.

A rede é uma arquitetura organizacional horizontal, geralmente composta por laços informais. Em organizações que adotam essa estrutura, as relações tendem a ser relativamente simétricas e cada indivíduo decide como agir de acordo com os limites e as necessidades que encontra a cada passo.

As regras são diretrizes simples e claras (valores, condutas, procedimentos, técnicas etc.) que orientam os indivíduos sem a necessidade de ordens diretas de uma autoridade. Por serem genéricas, essas regras preservam margens de liberdade e permitem que cada pessoa tome decisões avaliando o contexto. Assim, a organização mantém seu desempenho sem que os líderes precisem instruir cada ação de seus subordinados.

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As restrições são os desafios que moldam a tomada de decisão, exigindo que os indivíduos desenvolvam soluções adequadas. Quando os profissionais compreendem essas restrições e sabem como contorná-las, a liderança não precisa prescrever suas tarefas. A efetividade das soluções depende, portanto, da capacidade dos indivíduos perceberem as restrições em jogo – e da competência para enfrentá-las de forma inteligente e eficaz.

A reputação, por sua vez, permite que indivíduos, mesmo movidos por interesse próprio, cooperem espontaneamente. Em relações duradouras, interações repetidas permitem que os indivíduos reconheçam padrões de comportamento uns nos outros, gerando confiança mútua. Eles ajustam suas ações na expectativa de que o outro agirá conforme as experiências anteriores. Esse mecanismo sustenta a reciprocidade, que favorece a cooperação e ajuda a coordenar a rede.

Por último, a reciprocidade é uma forma de coordenação baseada na história das interações entre indivíduos interdependentes, sem necessidade de ordens ou controle formal. Ao contrário da autoridade, a reciprocidade opera por meio de sinais implícitos, compreendidos no contexto da convivência e da socialização. Mesmo na ausência de metas globais explícitas, ela pode orientar os comportamentos individuais de maneira coerente com o coletivo.

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Ou seja: enquanto a hierarquia pressupõe a obediência dos subordinados aos superiores, o desempenho de uma organização em rede resulta da reciprocidade entre indivíduos interdependentes. 

É um modo de gestão que permite à organização se adaptar com agilidade – e, nesse contexto, a longevidade do negócio depende de sua capacidade de renovar suas regras continuamente, a fim de se tornar cada vez mais eficaz.

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*Marcia Esteves Agostinho é doutora em Engenharia, pioneira no estudo da Teoria da Complexidade aplicada à gestão e autora do livro Gerir Como um Cientista (Matrix Editora).

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