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Os apps invadem o RH

Confira exemplos de uso dos aplicativos e avalie quando vale a pena investir nessa tecnologia

Por Michele Loureiro
Atualizado em 5 dez 2020, 19h14 - Publicado em 28 abr 2016, 09h00

Com poucos cliques no celular é possível pedir comida, acessar a conta bancária, saber o melhor caminho para fugir do trânsito, ouvir música, conversar com amigos e familiares e muito mais. Agora, além de reinar pela vida pessoal, os aplicativos começaram a ganhar o universo corporativo. De olho no aumento do uso de smartphones — que já supera o de computadores, segundo um estudo da Fundação Getulio Vargas — e buscando ficar mais perto de seus funcionários, algumas companhias começaram a investir nessa tecnologia. 

O mercado de aplicativos para celular, conhecidos como apps, é um segmento promissor. Tanto que, no final de 2015, foi fundada a Associação Brasileira de Serviços Online para Off-line (ABO2O), que reúne 30 empresas e mensura as possibilidades do modelo de negócio.

 Segundo o presidente da associação, Yan Di, o volume de transações por meio de aplicativos em operação no Brasil tem potencial para alcançar um faturamento de 1 trilhão de reais, até 2020. “Esse é um segmento que permite ao consumidor e às organizações aumentar a eficiência e a produtividade, o que viabiliza oferecer serviços e produtos por custos mais baixos, algo ideal em tempos de retração econômica”, diz o presidente da associação.

Além do potencial econômico, os departamentos de RH de grandes corporações, de diversos setores, perceberam a oportunidade de usar os apps como aliados na gestão de pessoas. As aplicações são variadas. A fabricante de bebidas Ambev, a cooperativa bancária Sicredi e a química Dow, por exemplo, desenvolveram aplicativos para facilitar a comunicação com os funcionários. Já a Avon, de produtos de beleza, e o banco Citi priorizaram a questão da saúde dos empregados, enquanto a consultoria PWC adotou um sistema para facilitar seus processos seletivos.

A evolução tecnológica parece ter — finalmente — chegado ao RH. Mas é preciso um alerta: “A ferramenta não pode ser excludente”, diz Isis Borge, gerente da consultoria de recrutamento Robert Ralf. “É necessário enxergar o aplicativo como um complemento. Ele não pode substituir nada, pois há públicos que ainda não estão habituados com os smartphones, inclusive profissionais sêniores, e isso poderia causar uma perda de talentos”, afirma.

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Analise o investimento

Antes de pensar em desenvolver um sistema para smartphones, as companhias devem se atentar para alguns detalhes. Com o mercado de apps aquecido, faltam profissionais de desenvolvimento — o que pode encarecer o projeto. Segundo um estudo da consultoria especializada em tecnologia Gartner, até o final de 2017, a demanda por aplicativos crescerá cinco vezes mais rápido do que a capacidade das empresas de TI para executá-las. “Além do grande número de empreendedores que buscam apps, há um crescimento das organizações que buscam essas ferramentas para lidar com funcionários, fornecedores, clientes e outras questões”, diz o analista de pesquisa da Gartner, Adrian Leow.

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A serventia do app também deve ser levada em conta. Isso porque há mais de 1,5 milhão de aplicativos disponíveis para ser baixados, mas alguns levantamentos de mercado apontam que 80% deles são utilizados uma única vez pelos usuários e, logo depois, desinstalados. A dica é, antes de tudo, analisar os ganhos práticos com a criação de um aplicativo. A seguir, confira exemplos de empresas que já usam a  ferramenta.

App para comunicação

A Ambev emprega 32 000 funcionários no Brasil. Gerir tanta gente assim exige tempo e dedicação do time de recursos humanos. Na maioria das vezes, as demandas dos empregados são básicas, como dúvida na consulta de holerites ou pedidos de férias. Para otimizar o tempo dos funcionários e aproveitar estrategicamente a equipe de RH, a companhia criou, em janeiro de 2015, um portal para contemplar todas essas questões. 

“Implantamos o portal Click Ambev: simplificamos os processos para que, em três cliques, o funcionário esteja diante da solução”, diz Gisele Takekawa, especialista de projetos de gente e gestão. Poucos meses depois, a Ambev replicou o conteúdo em um aplicativo para celulares. “Temos muitos vendedores, que ficam remotos, e os smartphones são aliados desse público”, afirma Gisele. A ideia é se comunicar com todo mundo, a qualquer hora. Cerca de 20 000 funcionários já baixaram o app; mensalmente, o aplicativo e o site recebem juntos 500 000 acessos.

Algumas solicitações, como o pedido do auxílio-creche, só podem ser feitas pelo site tradicional, mas a ideia é acabar com essa defasagem o quanto antes.  Além de consultas simples, o Click também é responsável por recados gerais, solicitação de adiantamento, reembolso de despesas, entre outros serviços. “Os funcionários ainda têm acesso a informações sobre mídia externa, comunicados de outras unidades, além de uma caixa de sugestões eletrônica, direcionada para a área de RH da unidade”, afirma a executiva. Até mesmo promoções são aprovadas por gestores por meio do app. A autonomia ganhou novas possibilidades com apenas alguns cliques.

App para saúde

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Estudos da Organização Mundial de Saúde e da Organização Internacional do Trabalho estimam que os gastos com as faltas ao trabalho custem às companhias norte-americanas cerca de 300 bilhões de dólares por ano. Por isso, muitas organizações investem na qualidade de vida de seus funcionários. É o caso da Avon, que criou o app Viva Bem para acompanhar a saúde dos funcionários. A intenção não é apenas reduzir o absenteísmo, mas isso acaba sendo uma consequência.

Por meio de celulares e tablets, desde novembro de 2015, os 6 500 funcionários da fabricante de cosméticos podem monitorar seu bem-estar a todo momento. Segundo Alessandra Ginante, vice-presidente de recursos humanos, o aplicativo é uma extensão dos benefícios de qualidade de vida oferecidos pela Avon, como o home office, o horário flexível de trabalho e a sexta-feira com expediente mais curto. Com o app, o objetivo é “empoderar as pessoas para que elas cuidem da gestão da sua saúde”, diz Alessandra.

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Em pouco mais de quatro meses, o aplicativo, desenvolvido pela área de tecnologia da própria companhia, foi baixado por 1 900 funcionários, cerca de 30% da força de trabalho. Ao fazer o download, a pessoa, que tem um login e senha de acesso, preenche um questionário detalhado sobre aspectos relacionados à sua saúde e qualidade de vida; também é possível compartilhar resultados de exames, índices de pressão arterial, diabetes e colesterol, por exemplo. A partir daí, o aplicativo gera uma avaliação (com as cores verde, amarela e vermelha) de como está o empregado e mostra sugestões do que ele pode fazer para melhorar — utilizando os benefícios oferecidos pela organização. 

Para Alessandra, os aplicativos estão presentes em quase tudo na vida das pessoas, e é inevitável que as corporações usem essa ferramenta para se aproximar dos trabalhadores. “Acredito que os RHs podem aproveitar as funcionalidades que os aplicativos para celulares oferecem. É uma forma ágil, simples e prática que pode ser aliada na comunicação”, diz.

App para contratar

A consultoria e auditoria PWC mudou parte de seu processo de recrutamento e seleção, usando os smartphones como um apoio. “Sentimos que precisamos falar a mesma língua dos jovens, evoluir com eles”, diz Marcelo Sartori, diretor de RH. Desde dezembro de 2015, a companhia usa o PwC Carreira, aplicativo que pode ser baixado pelos interessados em trabalhar na empresa. Pelo app, os candidatos sabem das posições em aberto e se inscrevem. “Recebemos cerca de 30 000 inscrições por ano, e agora essas pessoas podem acompanhar a evolução do processo com poucos cliques”, diz Sartori, destacando que a inovação reforça o estilo de profissionais que a empresa procura. Cerca de 2 100 pessoas instalaram o app.

Os candidatos selecionam a vaga, preenchem os dados e passam por uma triagem no aplicativo. Os gestores da PWC, com acesso a tudo, selecionam os preferidos para continuar no processo seletivo. As conversas iniciam por meio de vídeos, que são respondidos pelos líderes da PWC. “Nada substitui o olho no olho, mas queremos ganhar tempo para os dois lados. A fase final das conversas é feita pessoalmente”, diz. Como resultado, nos primeiros três meses, a PWC conseguiu atrair quatro vezes mais candidatos e o tempo para preenchimento das posições diminuiu em média cinco dias. 

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