Retomada dos estudos aumenta renda de jovens em 7,5%
Concluir a EJA também eleva a probabilidade de formalização em 9,6%, segundo estudo da Fundação Roberto Marinho e do Itaú Educação e Trabalho.

Concluir a Educação de Jovens e Adultos (EJA) – iniciativa que possibilita a retomada dos estudos para pessoas que não terminaram o Ensino Fundamental ou Médio na idade regular – aumenta em 7% as chances de um jovem entre 19 e 29 anos conseguir um emprego formal e eleva sua renda mensal em 4,5%. Entre quem tem até 24 anos, o impacto é ainda maior: a probabilidade de formalização aumenta 9,6%, enquanto a renda mensal cresce 7,5%.
Essas são conclusões da pesquisa “Educação de Jovens e Adultos: Acesso, Conclusão e Impactos sobre Empregabilidade e Renda”, realizada pela Fun-
dação Roberto Marinho e pelo Itaú Educação e Trabalho. A partir de microdados da PNAD Contínua entre 2014 e 2022, o estudo acompanhou os mesmos indivíduos durante cinco visitas trimestrais, nas quais forneciam informações sobre escolaridade, ocupação e renda.
Rosalina Soares, superintendente de Conhecimento da Fundação Roberto Marinho, aponta que os resultados da EJA são “imediatos e concretos”. “Mas apenas políticas públicas consistentes e contínuas poderão garantir que a modalidade cumpra plenamente seu papel transformador.”
Os especialistas responsáveis pelo estudo defendem a importância de jovens e adultos brasileiros terem acesso à EJA integrada à Educação Profissional e Tecnológica (EPT). O Plano Nacional de Educação estipula que 25% das matrículas sejam nessa modalidade, mas o índice alcançou apenas 6% em 2024.
Além disso, foram destacados desafios como a evasão escolar, a falta de oferta em muitos municípios e as barreiras socioeconômicas que impedem o acesso ou a permanência na EJA – por exemplo, para quem trabalha muitas horas ou vive em áreas rurais.
Este texto é parte da edição número 100 (outubro e novembro) da Você RH. Clique aqui para conferir outros conteúdos da revista impressa.