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Contratando refugiados: como a diversidade impacta os negócios

Na Foundever, empresa de atendimento ao cliente, a presença destes profissionais melhorou o clima organizacional e aumentou o engajamento.

Por Laurent Delache, CEO Brasil da Foundever
22 nov 2024, 15h13
Chefe explicando para a nova funcionária muçulmano em hijab a entender as demandas do trabalho.
 (shironosov/Getty Images)
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Hoje, diversidade no mundo corporativo é um temas estratégico e indispensável para a saúde dos negócios. Mas falar sobre o tema também é uma forma de ajudar a mitigar o problema da desigualdade no mercado de trabalho.

Pense nas pessoas que tiveram de abandonar seus países, por exemplo, fugindo de guerras e perseguições políticas. Elas deixam tudo para trás em busca de um recomeço seguro.

Contratar refugiados combate o desemprego que afeta grande parte desse grupo, mas também é um caminho para a retenção de talentos, o engajamento, o fortalecimento da cultura organizacional e a redução do turnover que as equipes de recursos humanos têm enfrentado.

Nos anos que ocupei a cadeira de CEO em empresas multinacionais, nunca presenciei tamanha gratidão como a de pessoas refugiadas que receberam uma oportunidade de trabalho. Esse sentimento se espalha pelos corredores da empresa, inspirando outros colaboradores. Com essa troca diária de sorrisos, notamos que recrutar refugiados é uma maneira de fortalecer a cultura de uma organização.

 

O engajamento dos mais de 700 profissionais refugiados que a Foundever vem contratando desde 2015 cria harmonia entre os departamentos e as lideranças. Consequentemente, cria senso de pertencimento. Os colaboradores brasileiros passaram a demonstrar mais motivação e empatia, embarcando na ideia de apoiar esse e outros grupos minoritários. O resultado é claro: as empresas que possuem maior desempenho são também as que investem mais em diversidade.

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Esse espírito conquista os corredores da empresa e chega aos lares de muito colaboradores. A consequência é uma só: amigos, cônjuges e filhos também querem a mesma oportunidade de emprego, e a ideia de trabalhar em família começa realmente a existir.

A harmonia impacta também o mercado de trabalho. Nós, da Foundever, que prestamos serviços para outras empresas, compartilhamos com nossos clientes a energia positiva da contratação de refugiados e, sem nenhum receio, trocamos boas práticas com outras empresas, sendo nossas concorrentes ou não, para que se inspirem nesse modelo de contratação e possam adotar algo semelhante.

Tema está crescendo

Hoje, contratar refugiados não é mais uma novidade – e isso é ótimo. Aos poucos, as empresas se tornam referências nesse assunto, e surge uma rede de contratação.

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O fórum “Empresas com Refugiados”, organizado pela ACNUR (Agência da ONU para refugiados), mostrou um crescimento significativo nos últimos anos. Éramos 21 interessados, em 2021. Hoje, há 131 membros. São 12 mil pessoas refugiadas e migrantes contratadas atualmente em regime CLT.

O objetivo é que, nos próximos anos, empresas brasileiras possam acolher mais pessoas em situação de refúgio – condição que deve aumentar em diversos continentes por conta de conflitos políticos, econômicos e, claro, das mudanças climáticas.

Por isso, é importante que as organizações busquem capacitação interna, promovam treinamentos e encontrem possibilidades para inserir esses grupos em seu quadro de funcionários. Ações benéficas (e muito) aos negócios.

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