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Negócios de família: metade das empresas não está preparada para a sucessão de liderança

A falta de um plano para essa transição gera riscos à longevidade das organizações com gestores que têm laços de sangue. Saiba como driblar as armadilhas.

Por Alexandre Carvalho
18 out 2024, 15h05
Foto de um pessoa se prepara para passar o bastão para outra pessoa.
 (HadelProductions/Getty Images)
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É um negócio de pai para filho? Então a organização precisa se planejar para a aposentadoria dos mais velhos. Só que isso não vem acontecendo.

Segundo uma pesquisa realizada pela Evermonte Executive Search, quase metade das empresas brasileiras não possui um plano de sucessão bem definido. E a falta de um plano formal de sucessão expõe riscos à longevidade, principalmente dos negócios familiares.

Dos executivos entrevistados, 49,2% relataram que suas companhias não têm um plano formal para a transição de lideranças. Outros 35,4% possuem um plano, mas ele permanece desconhecido para a maioria dos colaboradores, deixando apenas 6,9% das empresas realmente preparadas para um processo sucessório estruturado, com estratégias comunicadas de forma clara e ações para desenvolver gestores.

A realidade é preocupante: uma sucessão mal planejada está entre as maiores ameaças à longevidade das empresas familiares, que representam 90% das companhias brasileiras, de acordo com dados do IBGE. Apesar de sua presença dominante, apenas 30% dessas empresas chegam à segunda geração, e só 15% conseguem chegar à terceira. Ter um plano de sucessão estruturado pode, seguramente, agregar na preparação de líderes para futuras transições. No entanto, a resistência à elaboração de um plano formal é comum, pois pode expor conflitos latentes entre membros da família. Os conflitos mais comuns que minam essa transição são o protecionismo excessivo, a falta de profissionalismo e preparo dos membros familiares, e a ausência de um planejamento estratégico para a sucessão.

Os sócios deveriam focar no aspiracional ou na visão empresarial, deixando a gestão para profissionais com o perfil adequado, que sigam a estratégia, o modelo de negócio e o momento da empresa. O membro da família que atua também como gestor dificilmente consegue desempenhar sua função de forma imparcial, pois é visto como dono do negócio.

“Em mais de 250 empresas assessoradas, percebemos uma deficiência significativa nas estratégias de transição de cargos, evidenciando desafios na retenção e desenvolvimento de talentos na alta gestão”, afirma Rogério Vargas, sócio da consultoria Auddas.

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Confira dicas para resolver esse problema.

Envolva a próxima geração

O engajamento de futuros líderes no processo de sucessão aumenta quando eles se sentem ouvidos e incluídos nas discussões. A nova geração, geralmente, demonstra compromisso com a continuidade do negócio familiar, trazendo uma visão renovada e habilidades importantes para os desafios de inovação. Preparar e aproveitar essas competências beneficia ambas as gerações, fortalecendo a competitividade da empresa.

Incorpore perspectivas diversificadas

A participação de stakeholders diversos – como consultores, investidores, membros da comunidade e funcionários de longa data – pode enriquecer o processo de sucessão. Essa diversidade de opiniões ajuda a construir uma visão ampla e estratégica do negócio e facilita a resolução de conflitos internos.

Planeje a profissionalização

Rogério enfatiza a importância de manter a eficácia na estratégia por meio do desenvolvimento de um planejamento envolvendo família, sócios e gestores, contemplando a revisão do modelo de negócio, gestão e governança para construir uma empresa robusta e sustentável. Quando os sócios focam na profissionalização, a empresa se torna mais forte e consistente, e seus resultados ficam mais protegidos para as gerações futuras.

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Estabeleça regras de governança

Para evitar conflitos familiares, estabeleça regras claras de governança. Isso pode incluir processos de seleção rigorosos para membros da família que desejam trabalhar na empresa, planos de desenvolvimento profissional, regras para distribuição de dividendos e reservas de capital para o crescimento sustentável da companhia.

Planeje para o futuro

Como uma das dez maiores economias do mundo, o Brasil oferece vastas oportunidades de crescimento. Empresas que direcionam sua energia para o mercado externo, acompanhando tendências e evitando focos de tensão internos, são capazes de manter resultados sólidos e garantir uma transição bem-sucedida para as próximas gerações.

A importância do Conselho de Administração

O Conselho é uma ferramenta vital para orientar sócios e gestores. Ele auxilia no desenvolvimento de estratégias, identifica oportunidades no mercado e garante que a direção da empresa esteja alinhada com sua visão de longo prazo.

Na prática, empresas que adotam essas estratégias navegam com mais eficiência pelos processos de sucessão, garantindo não apenas benefícios econômicos, mas também uma transição de liderança mais tranquila e eficaz. Ao evitar interrupções indesejadas, essas empresas ficam mais bem posicionadas para enfrentar os desafios do futuro e manter seu legado vivo por muitas gerações.

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