Como está o RH na crise do coronavírus?
Pesquisa exclusiva mostra qual é o papel do RH na pandemia da covid-19. A maioria teve que agir rapidamente e deixar a estratégia para depois
São Paulo – Qual é o papel do RH durante a crise do coronavírus? Foi para responder a essa pergunta que a consultoria de desenvolvimento humano Wisnet desenvolveu o estudo RHs em Rede: Perguntas para Esse Tempo. No estudo, foram entrevistados, entre 23 e 28 de março deste ano, 115 diretores, superintendentes e coordenadores de gestão de pessoas de empresas de médio e grande porte. Os resultados são divulgados com exclusividade pela VOCÊ RH.
Para Felipe Urbano, sócio da Wisnet, o levantamento ajudou a compreender quais são os sentimentos e as expectativas do RH durante a pandemia da covid-19. “Para o RH, a estratégia do negócio mudou menos do que a estratégia da sua própria área. O sentimento comum é de que quase tudo que estava desenhado precisava ser refeito”, diz Felipe. Não é à toa que a pesquisa mostra que, para 64% dos profissionais da área, a capacidade de adaptação precisa ser intensificada nesse período.
Reação rápida
Outro ponto destacado pelo sócio foi a necessidade de apertar o botão de emergência e tomar decisões rápidas. “Sobreviver foi a reação imediata. Na tempestade, a estratégia é diferente da que usamos em águas tranquilas. Boa parte dos RHs colocou como questão primária enviar as pessoas para casa, depois refletiu sobre desenvolvimento, clima, engajamento e as demais agendas”, diz Felipe
O executivo também elogia a postura da maior parte dos gestores de pessoas: “Eles foram, como quase todos os líderes, surpreendidos pela dimensão do impacto dessa crise e estão tendo que ajudar as pessoas com o que podem, da forma que podem. Muitos RHs ganharam uma dimensão à altura da sua missão”.
Principais resultados
Veja alguns dos dados levantados pelo estudo da Wisnet
- 74% enxergam como prioridade criar ou acionar um comitê de crise
- 73% estão participando de decisões estratégicas ao lado da liderança
- 68% querem evitar ao máximo as demissões
- 68% priorizam criar ações de saúde para os funcionários
- 62% criam opções para cuidar de pessoas mais vulneráveis
- 61% acreditam ser prioridade posicionar-se de forma generosa e fazer parte do todo
- 53% estão preocupados em manter o engajamento à distância
- 52% priorizam o desenvolvimento de habilidades à distância
- 34% dos RHs dizem que está na agenda de prioridade que as lideranças apoiem os times
- 23% acreditam que está totalmente presente na empresa o fato de as lideranças atuarem como modelos a ser seguidos nesta crise
- 22% dizem que está totalmente presente na empresa o fato de a liderança comunicar de forma clara e objetiva