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A falta de feedback pode travar a sua carreira. Perceba os sinais e o momento de agir

Sem o hábito da avaliação, o colaborador perde a referência de crescimento. Mas há exercícios que podem ajudá-lo a não ficar à deriva no trabalho. Confira.

Por Izabel Duva Rapoport
Atualizado em 23 set 2025, 19h38 - Publicado em 23 set 2025, 16h44
Miniatura de empresário em um cenário branco composto por caminhos distintos.
 (Wong Yu Liang/Getty Images)
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A vida é feita de feedbacks – no trabalho, nas relações e até nas escolhas pessoais. No entanto, vale lembrar o que feedback realmente significa. “Muitas vezes confundimos com crítica ou opinião, quando na verdade é um processo que deve trazer contexto, exemplos e perspectivas, sem cair em julgamento”, avalia Luciana Lancerotti, mentora especialista em impacto e sustentabilidade nos negócios. Segundo ela, a prática representa a comunicação a partir de observações, insights e orientações, que podem ajudar a entender pontos de melhorias ou enaltecer algo que deve ser seguido.

Uma pesquisa feita pela Gallup revela que profissionais que recebem feedbacks contínuos estão quase quatro vezes mais propensos a trabalhar melhor. ”Quando a avaliação sobre um colaborador é bem feita e explicativa, o resultado pode ser benéfico para ele e para a empresa”, afirma Renata Freires, CEO da RHF Talentos.

Porém, quando a companhia não tem esse hábito, o impacto é imediato: o colaborador perde clareza sobre o que está entregando, como pode evoluir e até como alinhar suas escolhas profissionais aos valores da organização. Segundo Luciana, isso gera frustração, desconexão e, em muitos casos, perda de engajamento. “Um feedback bem feito sustenta vínculos e fortalece a confiança. Sem ele, a relação fica frágil e o profissional tende a se sentir desamparado.”

Para Cecília Araújo,  gestora do programa Elite Empresarial da Seja AP, especializada em evolução empresarial, o colaborador que não se sente visto, ao longo do tempo, pode acreditar que não faz diferença na estrutura organizacional. “Pesquisas como as do Great Place to Work reforçam que o engajamento nasce justamente quando as pessoas percebem que são enxergadas e validadas, seja por meio de elogios ou correções”.

Gestão que paralisa o crescimento

Sem direcionamento e redirecionamento constantes, segundo a executiva, não há como formar sucessores, estruturar trilhas de carreira ou extrair o melhor de cada pessoa. “O colaborador passa a caminhar sem saber se está no rumo certo, e a empresa perde a chance de alinhar sua cultura no dia a dia”. Para Cecília, a liderança, que é a maior responsável por transmitir essa cultura, acaba deixando de oferecer clareza e de manter todos na mesma página. “No fundo, a ausência de feedback é um sintoma de falta de gestão profissional”.

É como na analogia citada pela Luciana: “imagine colocar jogadores em campo e dizer apenas ‘joguem’, sem explicar posição, função ou como podem melhorar. O resultado será confusão e desorganização. No ambiente de trabalho acontece o mesmo”.

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Sinais de alerta

Algumas indicações podem revelar que a ausência de feedback já está impedindo (ou prestes a impedir) o desenvolvimento profissional. Renata, da RHF Talentos, listou cinco sinais que alertam para isso:

1. Não saber como está seu trabalho: quando o funcionário não recebe retornos, ele perde a clareza sobre o que precisa melhorar. Isso gera um congestionamento, já que não há parâmetros claros para o seu crescimento.

2. Metas confusas ou inalcançáveis: sem rumo, muitas vezes o colaborador acaba dedicando tempo a tarefas que não são prioridade para a empresa. Ele sente que nunca alcança o objetivo, o que mina sua motivação e pode levá-lo a acreditar que não é capaz.

3. Repetição de erros: sem alguém apontar pontos de atenção, o profissional pode cair em ciclos de falhas, o que compromete sua imagem e dificulta promoções. A repetição de erros tende a acontecer porque não há quem o ajude a enxergar pontos a serem melhorados.

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4. Ausência de reconhecimento positivo: Não reconhecer os acertos é tão prejudicial quanto não apontar os erros. O profissional deixa de se sentir valorizado. 

5. Falta de caminhos para seguir: sem devolutivas, o profissional não sabe quais competências precisa desenvolver para evoluir. O colaborador fica sem perspectiva, não enxerga próximos passos e, muitas vezes, busca fora da empresa o que não encontra dentro dela.

Como lidar com esta lacuna

O caminho é o autoconhecimento e a autorresponsabilidade. Porque esperar que alguém veja o esforço e dê direção por iniciativa própria é arriscado. “Por isso, o colaborador precisa levantar a mão, provocar o gestor, pedir direcionamento”, recomenda Cecília. “E se não houver abertura, pode buscar referências em outras lideranças, em mentores ou até em colegas que sirvam de modelo”.

Isso aconteceu com ela. “Nem sempre tive um líder que me desse esse suporte, mas me espelhei em pessoas que já tinham trilhado o caminho, observei hábitos, estudos, comportamentos, e trouxe isso para mim”. Esse exercício de modelar exemplos, de acordo com a executiva, é uma forma poderosa de não ficar à deriva.

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Outra estratégia é construir uma rede de apoio, com pessoas que possam dar retorno honesto e até apontar correções. Essa abertura faz diferença, mas quando nem isso acontece dentro da empresa, é preciso sempre lembrar: “a ausência de feedback mostra que não há uma gestão profissional consolidada”, reforça a especialista. “Nesse caso, cabe ao colaborador fortalecer sua musculatura, se preparar, buscar se expor ao mercado e abrir espaço em ambientes onde o crescimento seja mais claro”. 

Neste contexto, o colaborador também deve ter cuidado para não cair no lugar de vítima. “É preciso assumir o protagonismo e entender que muitas vezes a falta de retorno não é má vontade do líder, mas falta de preparo”, pondera Cecília. “O foco, em qualquer cenário, deve estar no elemento humano: extrair o melhor de si, buscar referências sólidas e manter viva a motivação”. Para ela, é isso que permite avançar na carreira até mesmo em ambientes onde o feedback não é cultivado.

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