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Sustentabilidade emocional: a saúde mental na estratégia corporativa

A sustentabilidade chega a uma nova etapa: a emocional, que coloca a saúde mental no centro da estratégia. Como preparar sua companhia para esse cenário?

Por Hanna Oliveira
Atualizado em 19 jan 2023, 10h15 - Publicado em 20 ago 2021, 07h00
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  • Mulher descansa em rede entre duas árvores com vista para as montanhas
     (Leonie Fahjen/Pexels/Divulgação)
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    m uma sexta-feira de 2017, Sofia Esteves, fundadora e presidente do conselho do Grupo Cia de Talentos, recebeu uma mensagem que a deixou intrigada. O texto de uma de suas sócias era simples: perguntava se ela poderia entregar um relatório na segunda-feira seguinte. O problema é que Sofia simplesmente não se lembrava de qual documento a colega falava. Ao perguntar, descobriu que era algo referente a uma reunião — da qual Sofia também não tinha a menor recordação. “Sempre tive uma memória cavalar. Eu sei o nome, telefone e endereço do primeiro cliente de 33 anos atrás”, diz a executiva. Sua sócia disse que o lapso poderia ser cansaço e recomendou descanso. Foi o que Sofia fez.

    No fim de semana, ela só dormiu. A terça-feira seguinte mudaria tudo. Sofia caminhava pelo corredor da Cia de Talentos quando cruzou com outra sócia, Maira Habimorad, que comentou que a apresentação de Sofia para um cliente havia sido um sucesso. Só que ela não se lembrava de nada — de novo. Chegou até a corrigir a amiga, pensando que ela falava de outra pessoa. A sócia insistiu e mostrou uma foto do executivo. Mas Sofia definitivamente não se lembrava e desabou a chorar. “Ali eu percebi que tinha acontecido algo.”

    Imediatamente, ligou para seu médico e foi até o hospital. “Imagine o pânico, porque a primeira coisa que pensei é que poderia ser um tumor.” Os exames não revelaram nada de errado fisicamente, mas o médico de Sofia foi taxativo: “Ainda não apareceu um buraco na sua cabeça, mas se continuar nesse ritmo vai aparecer”, disse ele. Era um alerta para que a executiva diminuísse o ritmo, o que ela nem pensava em fazer. O médico argumentou afirmando que aquilo era uma decisão pessoal, mas que se Sofia não abrisse mão de nada não sobraria nada mesmo — nem para ela nem para os outros.

    Depois de vários exames, o diagnóstico de burnout foi confirmado e Sofia ficou 50 dias afastada. Nesse período, não podia ler, usar o computador nem assistir à televisão. A desconexão total era importante para recuperar os danos que o excesso de atividades havia causado a seu cérebro. Segundo Sofia, seus neurotransmissores tinham sofrido muito e precisavam se regenerar — o que só seria possível com descanso profundo. “Eu me sentia tão realizada no trabalho que não me dei conta de que tinha esticado demais o elástico”, diz a executiva. Além do repouso, Sofia fez sessões de mindfulness, terapia e fisioterapia cerebral. “Descobri que tinha uma fantasia inconsciente de que se deixasse de ajudar alguém eu não seria merecedora de ter sido ajudada”, diz Sofia. Hoje ela se policia para não voltar ao ritmo alucinante e para cuidar mais de si mesma. “Tenho um acordo com meu marido e com meus filhos: se eles perceberem que eu estou exagerando, têm que me avisar.”

    Assim como Sofia, o burnout — ou síndrome do esgotamento profissional — afeta milhares de profissionais. Dados da International Stress Management Association no Brasil (Isma-BR) estimam que 33 milhões de brasileiros já tenham sofrido de burnout. Em 2019, éramos o país mais ansioso do mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), que calculava que 18,6 milhões de brasileiros possuíam a doença, o que correspondia a cerca de 9% da população total daquele ano. Além disso, ainda segundo a OMS, somos a segunda nação com mais casos de depressão — ficamos atrás apenas dos Estados Unidos. E a pandemia de covid-19 aumentou os problemas psíquicos: uma pesquisa feita pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) revelou que 80% dos brasileiros se sentiram mais ansiosos durante a crise.

    A nova sustentabilidade

    Não é à toa que desde o ano passado as empresas intensificaram as ações voltadas para o bem-estar mental dos funcionários. Porém, mais do que criar programas pontuais ou simplesmente oferecer sessões de terapia, é necessário preocupar-se de maneira abrangente com o tema. E a ideia de sustentabilidade emocional pode ajudar a estruturar práticas eficientes e perenes. O conceito é simples e tem a ver com a sustentabilidade ambiental.

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    Se no meio ambiente a regra é que devemos viver em harmonia com os recursos ecológicos para que eles não acabem, na saúde mental nós precisamos encontrar um ponto de equilíbrio entre aquilo que o ambiente exige de nós e o que realmente podemos oferecer sem esgotar nossas capacidades. “Sustentabilidade emocional é sobre como podemos buscar recursos psíquicos para nos mantermos na vida não só nos momentos felizes mas nos tristes também”, diz Sandra Tambara, psicóloga e coach executiva.

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    O conceito vai ao encontro de todas as esferas da saúde mental, da prevenção ao tratamento, e também passa pelo modo como o mercado encara questões que podem afetar nossa mente — como a produtividade que, para a jornalista Izabella Camargo, também precisa ser mais sustentável. Ela, que sofreu um grave episódio de burnout em 2018, especializou-se no tema, escreveu o livro Dá um Tempo! Como Encontrar Limite num Mundo sem Limite (Principium, 44,90 reais) e defende que devemos ser mais sustentáveis em nossas listas de tarefas. “Produtividade sustentável é a capacidade de trabalhar sem causar danos à saúde e aos relacionamentos. É não apelar para remédios, anestésicos, e não deixar o estresse e a falta de tempo desencadear comportamentos agressivos e outros desequilíbrios emocionais que vão deixando nossas relações mais confusas e difíceis”, diz Izabella. “Se você ama o que faz e quer continuar fazendo o que ama sem afetar sua vida de maneira nociva, vai precisar pensar e agir considerando a sustentabilidade de sua produção.”

    Para que isso se torne um valor nas empresas — e permeie as ações das companhias como já acontece com a sustentabilidade ambiental — é preciso começar um grande projeto de educação. Só assim será possível mudar as mentalidades de funcionários e líderes. “O que garante a sustentabilidade emocional é capacitar e habilitar cada um para usar as ferramentas emocionais mais adequadas ao contexto”, diz Raquel Dilguerian, líder de saúde populacional e corporativa do Hospital Israelita Albert Einstein.

    Trabalho de longo prazo

    Um dos primeiros passos no desenvolvimento desse conceito é o autoconhecimento — afinal, apenas com percepção sobre nós mesmos entendemos quais são os recursos que temos para oferecer e quais ainda precisamos desenvolver. “O autoconhecimento fortalece aquilo que reconhecemos e o caminho que já vivemos em nossa história. Além disso, faz com que sejamos mais empáticos”, explica a psicóloga Sandra. Esse exercício é ainda mais fundamental para encarar a pandemia e o futuro incerto que temos pela frente. É preciso encontrar tempo para compreender e identificar quais emoções são produzidas em cada aspecto de nossa vida. “Não somente pensar sobre esses sentimentos, mas agir também. Às vezes, de tanto racionalizar sobre o quanto aquilo nos incomoda, não conseguimos sair daquela situação”, afirma Tamara Rigoni, psicóloga e especialista em neuropsicologia.

    Para dar mais ferramentas psicológicas a seus cerca de 12.000 funcionários no Brasil, a Unilever coloca, desde 2015, o bem-estar físico e mental dentro de sua estratégia. Para isso, seguiu algumas etapas. Primeiro, criou ações de autoconhecimento para todos os empregados. Depois, apostou na sensibilização dos líderes, que foram treinados para identificar problemas emocionais nas equipes. Em 2017, a empresa inovou ao adotar o biofeedback. A prática de educação psicológica ajuda os funcionários a identificar os gatilhos de estresse e ansiedade e traz orientações de técnicas para retomar o controle emocional. Agora o foco são as conversas francas sobre saúde mental, que têm o objetivo de acabar com tabus. “Essa jornada é uma mudança de cultura”, afirma Ana Paula Franzoti, diretora de desenvolvimento organizacional e cultura e líder de saúde mental da Unilever.

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    E a pandemia trouxe novas necessidades para os funcionários. Em pesquisas com os empregados sobre a experiência do home office, a Unilever descobriu, em julho de 2020, que havia uma dificuldade generalizada para organizar as agendas e dar conta das demandas pessoais e profissionais. Foi assim que nasceu o programa Regras de Ouro que, entre outras orientações, estabelece que não pode haver reuniões nos horários de almoço ou após as 18 horas, nem nas tardes de sexta-feira. Além disso, os encontros não devem ultrapassar 50 minutos e é proibido emendar uma videoconferência em outra. “Não estamos em home office, estamos tentando sobreviver”, diz Ana Paula.

    Essa abertura para a vulnerabilidade estimulou a companhia a criar mais um projeto: o champions de saúde mental, que treina funcionários voluntários em práticas de acolhimento psicológico. As orientações somam 15 horas e abordam temas como os principais problemas de saúde mental, violência doméstica e luto. Depois de treinados, os champions podem ser procurados por todos aqueles que estiverem precisando de algum tipo de apoio — seja para conversar, seja para ser orientado e ajudado a procurar tratamento profissional. Atualmente 45 funcionários passaram pelo curso. “O objetivo não é ter um atendimento psicológico, mas ouvir, acolher e encaminhar”, explica Ana Paula.

    Cuidado integral

    Um dos grandes desafios das empresas que pretendem estabelecer a sustentabilidade emocional é desmistificar a saúde mental, já que o tema ainda é repleto de tabus. “É muito comum que o assunto seja tratado apenas sob a ótica da doença, reforçando o estigma e o preconceito que cercam esse tema. Devemos encarar a saúde mental corporativa de forma estratégica e preventiva”, afirma Carlo Pereira, diretor executivo da Rede Brasil do Pacto Global das Nações Unidas e criador do Movimento Mente em Foco, que discute a saúde mental nas empresas.

    Outro ponto importante é não deixar que os cuidados aconteçam só quando os funcionários já estão sendo afetados por doenças psíquicas — realidade cada vez mais comum. De acordo com a Secretaria Especial de Previdência e Trabalho, na comparação de 2020 com 2019, houve um crescimento de 26% nos pedidos de afastamentos e aposentadorias por invalidez causados por transtornos mentais. “Não adianta agir quando a doença já está manifestada. Sabemos que o absentismo é muito grave e que está relacionado ao tema, por exemplo”, diz Carlo. Por isso, a preservação da saúde mental deve fazer parte da estratégia geral de saúde das companhias, o que demonstra que as empresas se preocupam genuinamente com as pessoas. “Estamos falando de humanização das relações”, diz a psicóloga Sandra. “Precisamos considerar a saúde em sua integralidade, entender que lidamos com seres humanos e criar um ambiente que dê apoio diante dos desafios.”

    Com essas questões em mente, a fabricante de bebidas Ambev começou uma transformação cultural. “Trouxemos novos valores para que a companhia seja mais aberta e inclusiva”, diz Ricardo Melo, vice-presidente de pessoas para a América do Sul na Ambev. “Estamos falando de colaboração e escuta ativa.” Para que a nova mentalidade fosse disseminada, era impossível deixar o tema do bem-estar de lado — e o foco da multinacional é garantir que os mais de 30.000 empregados brasileiros se sintam integralmente saudáveis.

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    Foi assim que nasceu, em 2020, a diretoria de saúde mental. “Criamos a diretoria para expandir o alcance da saúde, que estava muito atrelado à questão física. Queríamos olhar o ser humano em sua totalidade e seguir o conceito de saúde da OMS, de completo equilíbrio entre o bem-estar físico, o mental e o social”, explica Ricardo. Quem lidera a área é a psicóloga Mariana Holanda, que já trabalhava na companhia no time de pessoas. A diretoria atua em três pilares: responsabilidade da empresa, responsabilidade do líder e responsabilidade do indivíduo — e todas as ações são feitas tendo em mente essa divisão. “As pessoas precisam mergulhar dentro de si mesmas para entender seus limites. A empresa deve dar espaço para o acolhimento e criar um ambiente para que as pessoas possam buscar ajuda. E os líderes devem estar preparados para recebê-las”, diz Ricardo. “Antes, saúde mental era um tabu. Ninguém falava e, quando se falava, não se sabia o que fazer.”

    Entre as práticas, a Ambev tem uma plataforma de bem-estar, um guia educativo sobre saúde mental e parceria com especialistas para atendimento psicológico. Além disso, a empresa começou a fazer pesquisas semanais para verificar como os funcionários estão se sentindo durante a pandemia — o que gera dados para possíveis ações. A companhia também colocou perguntas relacionadas à saúde mental em seu censo anual. Os resultados já começam a aparecer. Uma pesquisa interna revelou que 82% dos profissionais aprovam as iniciativas de saúde mental, 70% acreditam que o cuidado da liderança com o tema é muito bom e 65% afirmam que se sentem seguros para tratar do assunto na empresa. “Isso reflete o nível de segurança psicológica da organização”, diz Ricardo.

    Envolvimento da liderança

    Como todo pilar de negócio, uma companhia só terá sucesso na implementação da sustentabilidade emocional se a liderança estiver conectada com o tema. “As empresas devem colocar a saúde na pauta. E não é só nomear um diretor; elas precisam de um movimento da alta liderança e de discussões estratégicas no conselho”, diz Raquel, do Hospital Israelita Albert Einstein.

    As ações da chefia também devem refletir os cuidados com o bem-estar psicológico — o que é outro grande desafio. Tanto que uma pesquisa conduzida pela Vittude, plataforma de terapia online, e pela consultoria Opinion Box com mais de 1.000 brasileiros revelou que só 57% dos liderados consideram que seus gestores conseguem equilibrar vida pessoal e trabalho, e apenas 50% acreditam que os chefes se preocupam com o equilíbrio das equipes — mas para 86% um bom líder precisa cuidar da saúde mental do time. E o estudo traz um dado assustador: 30% dos entrevistados acreditam que o chefe está à beira do burnout [leia mais no quadro Diferentes visões, na pág. 33]. “Um líder que só quer ter resultados e coloca a culpa na equipe também não se sustenta”, diz Sandra. Esse problema só será solucionado com sensibilização e treinamento dos gestores.

    É nisso que aposta o Grupo Boticário, que tem mais de 12.000 trabalhadores no Brasil. Entre maio e junho de 2021, a fabricante de cosméticos fez uma série de treinamentos com a liderança sobre assuntos como gestão do estresse, construção de relacionamentos de confiança e identificação de sofrimento psicológico entre os funcionários. “Buscamos trazer repertório para os líderes criarem consciência sobre o tema”, diz Suelen Morais, gerente de saúde integral do Boticário. Além de conhecimento, os gestores têm acesso a dados sobre o bem-estar das equipes, já que o Boticário aplica pesquisas semanais para medir a satisfação das pessoas.

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    A partir de agosto, a ideia é garantir a construção de ambientes psicologicamente seguros na empresa. Isso já começou a ser feito com uma mudança importante na avaliação de desempenho, que não olha mais apenas para resultados e competências, mas para a maneira como os funcionários fazem suas tarefas — e se as atitudes tomadas estão conectadas aos valores culturais.

    As conversas e os estímulos ao cuidado da saúde mental, no entanto, não ficam restritas aos gestores. A empresa possui uma equipe formada por psicólogos, psiquiatras e assistentes sociais para atender todos aqueles que precisam de apoio — além de uma plataforma digital que ajuda no acompanhamento dos pacientes. Isso tem incentivado as pessoas a buscar ajuda: no início da pandemia, apenas 4% dos trabalhadores do Boticário faziam algum tipo de terapia. Hoje, o percentual é de 18%. “Nossa preocupação sempre foi cuidar das pessoas para que elas sejam mais felizes e equilibradas”, diz Suelen.

    Mais do que um crachá

    O psiquiatra e psicólogo suíço Carl Jung já dizia que a construção do nosso ser não está restrita a somente um aspecto da individualidade, mas a várias facetas que se conectam para formar quem realmente somos. É por isso que colocar todo o foco em apenas um dos lados daquilo que estabelece nossa vida — como o trabalho — pode ser altamente perigoso para a saúde física e mental. Esse foi o erro de Sofia Esteves e o que a levou a ter um episódio tão grave de burnout. “No trabalho, fui pela primeira vez reconhecida como ser humano, e isso foi determinante para que eu colocasse muito do meu prazer e realização ali”, explica Sofia.

    Assim como a fundadora da Cia de Talentos, muitos profissionais apaixonados pelo que fazem — e que gostam genuinamente da empresa em que trabalham — não conseguem estabelecer limites e acabam ultrapassando a barreira do excesso de trabalho. Esse comportamento, que durante muito tempo foi estimulado e até premiado pelas companhias, criou uma geração de pessoas que adoecem e que deixam de colocar esforços em outras áreas da vida. O problema é que uma hora o organismo grita — e bem alto. “O nosso corpo não foi feito para ficar muito tempo em produção”, diz a neuropsicóloga Tamara. “Nossos pensamentos também conduzem as reações químicas. O esgotamento mental ocorre quando existe um volume muito grande de trabalho sem uma válvula de escape e o corpo começa a ter sintomas de estafa.” Choro compulsivo, pressão arterial alta, depressão e ansiedade são algumas das pistas que recebemos do cérebro para sinalizar o desequilíbrio. Para que isso não aconteça, é necessário encontrar limites. “Você pode vestir a camisa do seu trabalho, desde que vista também o seu pijama e uma roupa para fazer atividade física. Ou seja, que você se inclua em sua agenda”, diz a jornalista e escritora Izabella.

    O papel das companhias que querem ser humanas e socialmente responsáveis é mostrar aos empregados que deve, sim, existir vida além do trabalho. E que cada funcionário é uma pessoa complexa, com necessidades, emoções, expectativas e vulnerabilidades. “Se a empresa não olhar para isso, a conta não vai fechar. Não há RH que consiga trabalhar com um grupo de pessoas adoecidas e que não encontram propósito”, diz Raquel, do Einstein. Essa conta precisa fechar com urgência — e com equilíbrio mental.

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    Esta reportagem faz parte da edição 75 (agosto/setembro) de VOCÊ RH

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