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Uso de psicofármacos entre profissionais mais que dobrou em 2025 – assunto ainda é tabu

Em um ano, o número de líderes que recorrem a medicamentos para saúde mental saltou de 18% para 52%, enquanto o de liderados foi de 21% para 59%.

Por Izabel Duva Rapoport
Atualizado em 20 out 2025, 16h08 - Publicado em 20 out 2025, 16h06
Coleção de pílulas disposta no entorno de uma miniatura de cérebro.
 (Freepik/Reprodução)
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Houve um disparo no uso de medicamentos para profissionais lidarem com estresse, ansiedade e burnout no dia a dia corporativo, segundo a pesquisa Inteligência Emocional e Saúde Mental no Ambiente de Trabalho, realizada pela The School of Life em parceria com a Robert Half. Entre líderes, em um ano, o número saltou de 18% (2024) para 52% (2025). Já entre liderados passou de 21% para 59% no mesmo período.

Mesmo assim, muitos optam pelo silêncio: 73% dos gestores e 33% dos colaboradores nunca contaram aos chefes sobre o uso da medicação. Para Diana Gabanyi, CEO e head de experiências corporativas da The School of Life, isso acontece por medo do julgamento ou da falta de apoio, pois, quando o assunto é trazido à tona, as reações nem sempre são acolhedoras: 5% dos líderes e 17% dos liderados relatam indiferença ou desconforto dos gestores. Pior: 1% e 6%, respectivamente, receberam respostas negativas ou punitivas.

“Quanto mais alto o cargo, menor o espaço para assumir vulnerabilidades”, afirma a executiva. “Culturalmente, espera-se que gestores não demonstrem fragilidade, o que agrava o isolamento emocional e impede conversas honestas sobre saúde mental”. Esse silêncio, segundo ela, expõe empresas a riscos éticos, legais e psicossociais. “Exatamente quando deveriam estar avançando em ações concretas para bem-estar, como exige a NR-1 atualizada”.

NR-1: empresas ainda estão atrasadas

Apesar da urgência, a adequação à NR-1 segue em ritmo lento: apenas 33% dos profissionais em cargos de chefia e 22% dos trabalhadores em outras posições afirmam que suas empresas já têm estratégias práticas para prevenir riscos psicossociais. O restante se divide entre “ainda não vi aplicação”, “não temos” ou “não sei”.

“É preocupante ter certeza do despreparo de uma parcela significativa das empresas com relação à atualização da NR-1”, sinaliza Maria Sartori, diretora da Robert Half. “Para além do risco diante das possibilidades de multas e sanções, é fundamental que as organizações busquem a adequação por uma questão de responsabilidade social, de gestão consciente de pessoas e de sustentabilidade do negócio”.

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De olho nas causas e solução

Especialistas alertam: os remédios podem ser aliados, mas não a única resposta. “O crescimento tão rápido no uso dos medicamentos mostra que as empresas precisam rever sua cultura, seu modelo de gestão e suas relações humanas”, diz Saulo Velasco, psicólogo e head de aprendizagem da The School of Life. “Afinal, é o ambiente de trabalho que, muitas vezes, adoece ou fortalece seus profissionais”.

Neste sentido, outros dados da pesquisa chamam a atenção. Dos entrevistados, 27% dos líderes e 26% dos liderados receberam diagnóstico de estresse, ansiedade ou burnout no último ano. Destes, 40% dos gestores e 33% dos colaboradores dizem que o uso constante de redes sociais prejudica a saúde mental. Na liderança, os maiores obstáculos apontados foram identificar sinais de sofrimento (24%) e equilibrar demandas/carga de trabalho (22%).

Como alternativa de melhora, quase todos citam a importância de programas empresariais voltados ao tema: 86% dos executivos e 87% dos trabalhadores acreditam que o bem-estar mental influencia diretamente no desempenho profissional.

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Para Marina, da Robert Half, a 7ª edição do estudo (lançado em 2021) mostra que esse cuidado deixou de ser tema periférico, pois impacta a performance, o clima organizacional e a sustentabilidade das empresas. “Enquanto cresce o uso de medicamentos e diagnósticos, ainda falta preparo estrutural, acolhimento e ações consistentes para prevenção”.

“Cultivar ambientes mais positivos, que escutem as demandas das pessoas e valorizem a força de trabalho, tornou-se algo inegociável”, afirma a executiva que, além de pensar nos ganhos em engajamento e produtividade, recomenda considerar a alta disputa por qualificação. “Se, por um lado, profissionais talentosos evitam ambientes tóxicos, por outro, culturas saudáveis são um fator decisivo no aceite de uma proposta ou na retenção de colaboradores estratégicos para o negócio”.

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