Os 12 sinais de alerta do burnout
Há um conjunto de sintomas físicos e emocionais decorrentes do estresse crônico. Mas eles costumam ser normalizados no mundo corporativo.
Reconhecida pela Organização Mundial da Saúde como doença ocupacional — isto é, relacionada ao trabalho —, o burnout apresenta um conjunto de sintomas físicos e emocionais decorrentes do estresse crônico. No início, é difícil notar os sinais, porque se parecem com outros quadros e costumam ser normalizados no mundo corporativo. Mas é preciso ouvir o que o corpo e a mente falam, para prevenir o avanço do problema, seja ele qual for.
E os líderes também devem ficar atentos, não só a si, mas também à equipe, para garantir um ambiente de trabalho psicologicamente saudável. “Será que podemos contribuir para evitar o burnout? A boa notícia é que podemos aprender os sinais mais sensíveis dessa doença, muito antes que o quadro se agrave”, afirma o psicólogo Luiz Edmundo Rosa, diretor da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH) em Saúde Corporativa. “Dessa forma, temos a chance de alertar líderes na empresa, familiares e amigos para encaminhar o caso, quando necessário, a especialistas como psicólogos e psiquiatras.”
Para Luiz, a evolução do problema tem a ver também com a falta de habilidade de uma pessoa em perceber e reagir corretamente às alterações em seu estado mental. E pode haver inaptidão de sua família, de amigos e colegas na hora de notar as mudanças e apoiar quem sofre com o burnout.
Os sinais que antecedem a uma crise podem ser identificados numa escala de gravidade, medida pelo aprofundamento do quadro, que vai agregando sintomas cada vez mais sérios.
“Alguns sinais são mais fáceis de serem percebidos. Outros, entretanto, são mais difíceis de detectar, e a pessoa afetada pode não ter consciência do que está acontecendo, exigindo uma observação mais refinada, o que inclui desde um diálogo amigável até uma consulta com um profissional”, diz Luiz.
Veja os 12 pontos que podem indicar risco de desenvolvimento do burnout, que cresce com a persistência, a progressão e a combinação desses indicativos, segundo o especialista. Os sinais foram divididos nas cores amarelo (leve), laranja (moderado) e vermelho (grave).
Zona amarela
1. Elevação da ansiedade
Viver em ansiedade é algo normal em nossas vidas, mas quando ela cresce em demasia, e assim permanece, é um sinal de que algo não vai bem.
2. Aumento da irritabilidade
A forma alterada das pessoas reagirem, fora do esperado, com respostas bruscas e agressivas.
3. Alteração do nível de energia
Alguns passam a chamar a atenção pelo excesso de energia e agitação. Outros vivem o oposto, demonstrando cansaço e pouca motivação. Ficam mais quietos e isolados, rejeitando convites de amigos e colegas.
4. Falhas de memória
É o caso de pessoas que começam a se esquecer de horários e compromissos anteriormente assumidos.
Zona laranja
5. Transpiração excessiva
Quando a transpiração ocorre acima do normal, e se torna frequente, isto pode indicar que o colaborador está sob tensão. Ou seja, pode indicar um nível elevado de estresse e dificuldade para relaxar.
6. Insônia crônica
A perda regular do sono é uma séria ameaça à saúde e precisa ser logo corrigida. Podemos perceber pelos sinais cansaço, olheiras, olhos avermelhados, bocejos frequentes e irritabilidade.
7. Alteração de peso
Sob estresse elevado, alguns passam a comer descontroladamente e logo ganham peso. Contudo, há outros que perdem o apetite e emagrecem.
8. Taquicardia e pressão elevada
Sob forte tensão, os batimentos cardíacos e a pressão arterial se elevam a ponto de alguns registrarem taquicardia abrupta e desconfortável. Um dos sinais é se sentir cansado e suar em demasia.
Zona vermelha
9. Angústia profunda
Indica desconforto generalizado e indefinido com a sensação de vazio ou de que algo grave vai acontecer. A respiração se torna ofegante e, frequentemente, há falta de ar e sensação de calor.
10. Sentimento de desesperança
Acontece quando alguém sofre de um conjunto de fatores negativos e persistentes, como angústia, insônia, estresse, sensação de cansaço e desesperança.
11. Perda do sentido da vida
Quando o nível de estresse se agrava e a autoestima cai, tudo pode parecer difícil e sem sentido. Em meio ao desânimo e depressão, a pessoa muitas vezes verbaliza que sua vida não tem mais sentido.
12. Perda de vontade de viver
Se a depressão atingir um grau máximo, aprofunda a sensação de que não há motivos para viver. É um momento que exige ajuda urgente, pois o sofrimento pode ser insuportável, com alto risco de vida.