Biogen leva funcionários às ruas para fortalecer temas de diversidade e inclusão
A empresa de biotecnologia visitou o Museu Afro Brasil e participou da Parada LGBT, em São Paulo. Entenda as vantagens dessas ações imersivas.
Fundadora do The Inclusion Learning Lab, na Harvard Business School, a consultora Margaret Spence é uma defensora das iniciativas de imersão para a aprendizagem ligada à diversidade. Segundo ela, estar envolvido em um espaço fortemente ligado a uma minoria contribui para que os colaboradores tenham momentos de introspecção a respeito da vida de quem pertence a um dos grupos geralmente excluídos no mundo corporativo. “Eles podem entender melhor como aplicar os conceitos que estão aprendendo a situações do mundo real”, escreveu em um artigo no site do laboratório que fundou (e onde é CEO).
Foi justamente trilhando esse caminho que a Biogen enfrentou a situação de ter uma baixa representatividade de pessoas negras (como Margaret Spence) em sua equipe no Brasil. Referência global de biotecnologia para produtos farmacêuticos, a empresa encontrou nas ações imersivas uma forma mais engajadora para criar proximidade na empresa com os temas de diversidade e inclusão.
Na questão da falta de profissionais negros, a companhia promoveu uma visita de sua alta liderança ao Museu Afro Brasil, localizado no Parque do Ibirapuera, em São Paulo. “A iniciativa estimulou o aprofundamento de conhecimentos e reflexões sobre a história negra e a luta antirracista com potencial transposição para as práticas de gestão”, afirma Thiago Assad, diretor de RH da Biogen.
A data marcada para a visita não podia ser mais emblemática: 21 de março, o Dia Internacional para a Eliminação da Discriminação Racial. “O objetivo era trazer conscientização e letramento, de maneira representativa, dos fatos históricos que construíram o Brasil”, diz Thiago. “Além de proporcionar aprendizado e um momento de conscientização, os colaboradores foram impactados com as histórias de pais e artistas negros e negras que foram apagadas, mas constituem um importante reflexo da sociedade atual.”
Não que tenha sido fácil chegar lá. O executivo conta que foi desafiador atingir essa fase de “intencionalidade” em que a empresa se encontra hoje – e da qual a visita ao museu faz parte. A Biogen realizou diversos esforços de comunicação interna e promoveu ações de aprendizagem sobre educação antirracista. “Refletimos sobre privilégios e demos voz e protagonismo às pessoas pretas da Biogen, que trouxeram seus pontos de contribuição.”
Thiago Assad afirma que esse conjunto de iniciativas passou por uma filosofia de “desconstruindo para construir”. E dá um exemplo: “Existe um falso entendimento no mundo corporativo, que buscamos combater, de que é difícil encontrar pessoas pretas qualificadas para determinadas áreas e posições”. Uma bela desculpa de quem não quer abrir as portas do escritório para quem tem a pele escura.
Vestindo a camisa LGBTQIA+
E o caminho do método imersivo na Biogen não parou na questão étnica. Em junho, a empresa também esteve presente na Parada LGBTQIA+ em São Paulo. O logo da Biogen estava estampado com as cores da causa e foi usado pelos colaboradores e lideranças que marcaram presença na Avenida Paulista.
Outra ação imersiva voltada a essa comunidade aconteceu em agosto, considerado o mês da Visibilidade Lésbica. A empresa recriou o Ferro’s Bar, antigo ponto de encontro da comunidade de mulheres homossexuais em São Paulo. A ação contou com um ambiente de aprendizado, contendo histórias, palestras e momentos de diálogo sobre o tema. Porque todas as vidas, e carreiras, importam – independentemente das cores que tragam consigo.
Este texto faz parte da edição 94 (outubro e novembro) da Você RH. Clique aqui para conferir outros conteúdos da revista impressa.