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Vívian Rio Stella

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Doutora em Linguística pela Unicamp. Idealizadora, curadora e professora da VRS Academy, pesquisa e desenvolve trabalhos voltados à lifelong learning
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Como dar uma notícia ruim para a equipe?

Não adianta enrolar, mas ser lacônico também não ajuda. Quando a notícia for ruim, o melhor é adotar a empatia e a transparência. Entenda

Por Vívian Rio Stella, colunista de VOCÊ RH
Atualizado em 12 abr 2021, 10h44 - Publicado em 6 abr 2021, 12h53
Um homem de barba e uma mulher de cabelos cacheados conversam em uma mesa de reunião.
 (Pexels / Edmond Dantès/Divulgação)
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Assim que comecei a pensar no texto deste mês, me lembrei de uma cena do filme Do que as mulheres gostam, que costumo usar em rodas de conversa e workshops. Nela, um publicitário renomado e querido na agência de propaganda recebe em uma reunião com o chefe a notícia de que não será promovido a diretor criativo, embora tivesse certeza de que merecia essa promoção. Se você ainda não viu ao filme, imagine como o chefe deu essa notícia.

Imaginou? Te conto agora como foi a fala do chefe. Prolixa, repleta de elogios ao profissional, informações de mercado, com pouco contato visual ao dizer que outra pessoa assumiria esse posto e a frase “Darcy McGuire foi contratada para ser diretora criativa” sai da boca do publicitário que não foi promovido – e não da boca do chefe. Para coroar a cena, uma frase final em que o chefe diz que foi pressionado pela alta liderança para tomar essa decisão.

Quais comportamentos adotar ao dar uma notícia ruim?

Por mais que seja uma cena de filme, quantos de nós já vivenciamos algo semelhante, seja em situações de feedback corretivo ou avaliativo, de alerta sobre um problema na equipe ou de mudança com alto impacto na organização. De Hollywood para a vida real, já fica uma grande lição sobre dar más notícias para a equipe: não doure a pílula e seja direto. Afinal, não há nada pior do que uma pessoa querer mostrar o lado bom de uma mudança que impacta negativamente as pessoas ou ainda se alongar na explicação de algo que nem sempre precisa ser explicado detalhadamente.

Mas, cuidado, isso não significa que o líder precisa ser lacônico, factual e duro na abordagem. Apenas informar não é comunicar, é preciso se relacionar, interagir com as pessoas, nem que seja uma mensagem escrita ou um discurso em que só o líder profere as palavras.

Pratique a empatia

Como fazer isso? Ao saber que será a porta-voz ou o responsável por noticiar algo negativo, faça um exercício empático de levantar objeções, opiniões e sentimentos que as pessoas, com suas distintas vivências, teriam ao ler ou ouvir a mensagem. Com essa reflexão em mente ou em mãos (se você é do tipo que escreve em post-its, como eu), defina o objetivo da sua mensagem, a abordagem e os argumentos que vai usar para sustentar sua ideia. Valha-se da reflexão inicial sobre quem são seus interlocutores para criar uma analogia, uma metáfora ou uma frase em que você verbalize que compreende que essa mudança não é simples e impacta sim a vida de todos.

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Essas estratégias não mudam as objeções, opiniões ou sentimentos das pessoas, mas revelam sua preocupação com elas e um cuidado na abordagem, não apenas factual, e sim humanizada. Esse é um dos tijolos que podemos construir numa relação mais próxima com os liderados, mesmo a distância, e na própria reputação do líder. O que não podemos é, diante de más notícias e conflitos, seguir agindo como os chefes do filme Do que as mulheres gostam e tantos outros que, infelizmente, seguem protagonizando comunicações prolixas, pouco claras e desconectadas das pessoas na vida real, nas empresas dos mais diversos tipos, tamanhos e segmentos.

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(VOCÊ RH/Divulgação)
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